Autarca da Ribeira e presidente da AEPL em liberdade

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Saíram em liberdade os quatro suspeitos de burla financeira, detidos esta quarta-feira pela Polícia Judiciária. Os arguidos saíram mediante o pagamento de uma caução de cinco mil euros cada um e estão proibidos de exercer actividade bancária ou similar e de manter contacto entre si.

Os quatro promotores bancários vão, assim, aguardar julgamento em liberdade. Os arguidos começaram a ser ouvidos na quinta-feira em primeiro interrogatório e esta sexta-feira, ao início da tarde, ficaram a conhecer as medidas de coacção.

Não podem estabelecer contacto entre si, estão proibidos de exercer actividade bancária ou similar e pagaram cinco mil euros, cada um, de caução.

O anúncio das detenções do presidente da Junta de Freguesia da Ribeira e do presidente da Associação Empresarial de Ponte de Lima agitou o concelho de Ponte de Lima. As reacções ao escândalo em que dois bancários estão envolvidos não se fizeram esperar, havendo quem se mostre “desiludido” e veja esta situação “com uma enorme tristeza”.

No caso de António Lima, alguns empresários já manifestaram o seu repúdio pelo envolvimento do nome da Associação Empresarial de Ponte de Lima nesta polémica, exigindo a demissão do presidente  de forma a preservar a reputação da instituição.

Nas redes sociais, desde o momento em que foi conhecida a detenção dos dois ex-promotores do Deutsche Bank, juntamente com outros dois bancários da mesma instituição, várias foram as reacções e até o Partido Socialista já emitiu um comunicado.

O Secretariado da Comissão Política do PS de Ponte de Lima reuniu-se na tarde de quinta-feira e esclareceu que Nuno Pimenta, presidente da Junta de Freguesia da Ribeira, eleito pela lista Rofen, está “filiado como militante socialista com o número 88228” e que, na sequência das suas candidaturas em 2013 e 2017 como “independente”, “foi-lhe retirada a confiança política” e que “tendo em consideração as reiteradas violações dos deveres estatutários está em curso um processo disciplinar”.

O presidente da comissão política concelhia do PS de Ponte de Lima, Jorge Silva, considera que a detenção de Nuno Pimenta poderá levar à dissolução do executivo da Junta de Freguesia da Ribeira.

“Há bastante tempo que o presidente da Junta de Freguesia não participa nos atos da junta, falta sistematicamente às assembleias de freguesia. É o secretário que dirige ou representa a junta na maior parte dos atos. Nunca está para responder às questões que colocamos. Penso que mais dia menos dia a junta vai acabar por cair”, afirmou Jorge Silva, referindo também que “há bastante tempo que a gestão da freguesia tem sido colocada em causa, devido à ausência frequente do presidente”.

Jorge Silva não se mostrou surpreendido com a detenção de Nuno Pimenta: “Para nós não é novidade. É um caso que teve agora esta dimensão, com a detenção, mas há já bastante tempo que ouvíamos dizer que isso iria ocorrer.”

Nas redes sociais, ex-dirigentes do PS e antigos vereadores disseram ser “com enorme tristeza”, ter visto “gente em quem confiavam tanta amizade serem detidos”.

Critica quem “quer enriquecer depressa, à custa de gente simples que lhes abriu as portas para lhes entregar as economias duma vida de trabalho”. “Por certas famílias, por quem devo uma amizade eterna, como sei o sofrimento que lhes vai na alma. Esta gente, por quem punha as mãos no fogo, como me enganaram, com tanta defesa que fiz por eles”, lamenta um histórico socialista.toze e pimenta 155