“Vale a pena viver no mundo rural e em Vila Verde”

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Com orgulho na autenticidade do mundo rural e das suas gentes, abriu, em Vila Verde, a Festa das Colheitas – 30ª Feira Mostra dos Produtos Regionais.  São cinco dias de grande diversidade de eventos e ações, num programa recheado de animação popular, recriações tradicionais e cerca de 150 expositores de diferentes atividades, desde a gastronomia e o vinho, ao artesanato e produtos agrícolas. 

Na cerimónia oficial de abertura, a presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, assumiu a aposta estratégica nas marcas da identidade do território, como mais-valia diferenciadora para o desenvolvimento do concelho.  “Esta grande festa é uma homenagem ao mundo rural e o expoente máximo na estratégia de afirmação das mais-valias do mundo rural, onde sobressai o engenho e a autenticidade do trabalho realizado pelas mãos das nossas gentes, seja na terra, no artesanato, na gastronomia, nas decorações ou na música”, apontou Júlia Rodrigues Fernandes. 

As grandes potencialidades da agricultura e do mundo rural no território e o reconhecimento da importância do trabalho feito pelo Município de Vila Verde na valorização das mais-valias da região marcaram a sessão de abertura da Festa das Colheitas, que foram benzidas pelo padre Sandro Vasconcelos. 

“A grande diversidade do território, como está patente nesta Festa, mostra a qualidade do trabalho que tem sido feito. Não precisamos ter vergonha da autenticidade, porque o luxo está aqui: como se tosca uma ovelha, se pisa as uvas, ou a desfolhada… Quando vêm cá, os visitantes saem altamente satisfeitos, fidelizados e a recomendarem que se venha cá”, atestou o presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins. 

Os números da mobilidade dos turistas em Portugal e nas diferentes regiões evidenciam a atratividade da “diversidade, qualidade e autenticidade” do mundo rural, sobretudo junto de visitantes oriundos do continente americano, cujas companhias aéreas têm investido nas ligações ao Porto. Em contraponto, Luís Pedro Martins lamentou as opções centralistas da TAP, que tem concentrado em Lisboa as ligações ao resto da Europa. 

“O turismo é o setor da resistência. Quando todos os outros saem, o turismo mantém-se no interior e com sucesso. A pandemia levou os portugueses a conhecerem o país, o que é hoje uma mais-valia para o mundo rural”, avançou o líder de turismo, enaltecendo a “grande hospitalidade, os melhores produtos endógenos, a autenticidade e a determinação e vontade dos empresários em investir neste território”. 

O diretor regional adjunto da Agricultura e Pescas do Norte, Luís Brandão Coelho, chamou a atenção para a disponibilidade de programas de financiamento para investimentos no setor, de forma a capitalizar as condições agroclimáticas muito ricas que a região oferece para a produção agroalimentar. A par da aposta dos nichos de mercado mais específicos, o representante governamental destacou a importância da tecnologia para a rentabilização e a estabilidade do trabalho no setor. 

Brandão Coelho reconheceu a Festa das Colheitas como “marcante para o calendário agrícola e para a população em geral na região”, com particular impacto nesta altura em que se assiste ao renascer da temática da alimentação, que passa para lá das cómodas prateleiras do supermercado, como se antes disso não houvesse toda uma estrutura produtiva”. 

A estratégia de aposta na valorização das potencialidades da região para a produção agrícola e como fator essencial de desenvolvimento da região foi explicada pelo presidente da ATAHCA, Mota Alves, apontando para a qualidade e para a diversidade de produtos que se apresentavam sobre a mesa da Festa das Colheitas. 

O líder da Associação das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave destacou o “feijão miúdo” e a “maçã porta da loja”, assim como o vinho, o artesanato, a gastronomia, juntamente com o património natural, cultural e histórico, para chamar a atenção sobre os produtos de excelência neste território, com condições privilegiadas para a produção agrícola. 

“Vale a pena viver no mundo rural e em Vila Verde”, vincou Mota Alves, referindo-se à grande centralidade e às potencialidades únicas do concelho, no contexto da região do Cávado e do Minho, e também face às exigências do cada vez mais competitivo mundo global.