Projecto HER do IPVC está a mudar a vida das mulheres que sobrevivem ao cancro

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A Escola Superior de Desporto e Lazer, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESDL-IPVC) desenvolveu um programa de exercício físico pensado para mulheres vítimas de doença oncológica. O projecto Hearth and ExeRcice (HER) começou em 2021 com aulas online e em abril deste ano avançou com aulas presenciais, três vezes por semana na Oficina Cultural do Serviço de Ação Social (SAS-IPVC), em Viana do Castelo. A adesão ao programa tem aumentado e conta agora com duas turmas, uma às 18h e outra às 19h. As aulas são gratuitas.
Ana Paula Pinto Gonçalves, 50 anos, de Viana do Castelo, foi das primeiras a aderir ao HER e conta que o projeto foi uma autêntica lufada de ar fresco. “Tem sido muito positivo. Sinto vários benefícios”, afiança. Psicologicamente, confessa que ficou “muito abalada” com o diagnóstico de cancro, mas hoje é outra pessoa. “As aulas fazem-me muito bem, não só fisicamente, mas também teve efeitos positivos na minha autoestima”, explica. Os benefícios estenderam-se também à família, que ficou bem mais descansada ao saber que a Ana Paula estava a ter um acompanhamento personalizado e pensado ao pormenor para a condução física que apresenta.
Marina Oliveira, também de Viana do Castelo, é outro exemplo de força e resiliência. Não foi difícil convencê-la a aderir ao HER. Começou nas aulas online e hoje, nas presenciais, sente-se uma pessoa nova. “Fisicamente, sinto-me melhor, com mais energia e com mais capacidade para reagir. Mas também senti mudanças psicológicas, porque estar neste projeto é sentir-me mais segura e confiante”, referiu. Aos 61 anos, Marina Oliveira abraçou em definitivo a atividade física. “Sempre tive uma vida muito sedentária e depois da doença piorou. Mas no HER, sinto que estou mais ativa e há outras coisas na minha vida além da doença. Podemos falar dela, claro, mas há outros assuntos”, afirma.
 
“A quem não conhece o projeto, diria para se inscreverem, porque o ambiente é muito bom”, descreve Rosa Afonso, 52 anos, de Ponte de Lima, que teve conhecimento do programa através da consulta de cirurgia. Começou no HER em junho e hoje confessa ser uma “grande adepta” do projeto. “Temos exercícios específicos para cada uma de nós. A par de tudo isto, existe ainda o benefício social, ou seja, o grupo faz coisas extra-aulas, o que é muito importante”, frisa Rosa Afonso.
A coordenadora do programa e docente da ESDL-IPVC sublinha o impacto “muito positivo na comunidade”, que vai além das 12 mulheres presentes nas sessões. “Contactamos também com outras mulheres que não são residentes em Viana do Castelo, o que demonstra a importância e o alcance deste projeto”, refere Silvia Rodrigues. “Uma das grandes mais-valias é a individualização do programa de exercício, ou seja, depois do primeiro contacto, é feita uma avaliação bastante específica para conhecermos a história clínica de cada pessoa e outros parâmetros relacionados com a saúde, como aptidão cardiorrespiratória ou força muscular, para que o exercício ao longo das aulas possa ser específico e orientado para aquela pessoa”, remata Sílvia Rodrigues.