“É fulcral a presença do Revisor Oficial de Contas nas assembleias municipais”

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A Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM) defende que é fundamental a presença de um Revisor Oficial de Contas (ROC) durante as sessões para aumentar a transparência na votação dos documentos orçamentais.

A ANAM, que tem vindo a apelar a uma maior autonomia com vista a uma fiscalização mais transparente das políticas públicas autárquicas – questão recentemente levantada pela associação no âmbito de uma audição realizada pela 5ª Comissão Parlamentar de Finanças e Orçamento -, considera que era importante proceder à alteração do sistema de aprovação do orçamento municipal por parte da Assembleia Municipal, ou seja, existir mecanismos que ditassem a obrigatoriedade de realizar uma audição prévia com vista a obter o parecer positivo ao orçamento, sem embargo da posição que cada partido venha a refletir ao votar a proposta de orçamento.

“O orçamento municipal apresentado à Assembleia Municipal não é sujeito a qualquer alteração por este órgão, sendo apenas aprovado de acordo com a proposta da Câmara, ou rejeitado”, reiterou Albino Almeida, presidente da ANAM. Para a ANAM, não existem dúvidas que, apesar da lei não ser peremptória quanto a este assunto, “é fulcral a presença do Revisor Oficial de Contas na Assembleia Municipal, sempre que tal for solicitado pelos deputados, seja para escrutínio normal da atividade do município, seja para votação dos documentos preparados pelo ROC”.

“A ANAM defende desde a sua fundação que o ROC deveria acompanhar todas as comissões existentes nas  Assembleias Municipais e também funcionar como a entidade que, juntamente com os vereadores de cada área, ou só com o presidente de Câmara, permitem estabelecer uma relação de cooperação entre o poder executivo e legislativo. O papel do ROC e a  certificação legal das contas são o garante da independência, da fiabilidade e da transparência dos documentos que são essenciais à governação dos municípios”, reforçou o presidente da ANAM que conta com mais de 200 associados.

“Cada vez mais, os números dizem menos, ou seja, se não houver um enquadramento, um documento com detalhe por escrito, relativo ao que são os valores apresentados, torna-se difícil compreender um balanço, uma demonstração de resultados ou poder tirar conclusões sobre aquilo que são as contas apresentadas. Com o novo SNC-AP (Sistema de Normalização Contabilística para Administrações Públicas) foi incluído no documento da prestação de contas, as “notas explicativas” às demonstrações financeiras, vulgo “anexo”, que é a peça chave para entender as demonstrações financeiras do município”, apontou Pedro Morais dos Santos, Revisor Oficial de Contas e presidente da Assembleia Municipal de Vila Flor durante o seminário “O Papel do ROC no Município”, promovido pela ANAM, através do seu Centro de Valorização de Eleitos Locais.