Linha do Minho prepara-se para comboios mais compridos

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O aumento de capacidade da Linha do Minho no troço entre Viana do Castelo e Valença, decorrente da nova sinalização automática, está previsto para o final do primeiro semestre, adiantou Lusa a Infraestruturas de Portugal (IP). “A sua colocação em serviço, que está dependente da instalação da ADIF [gestor espanhol de infraestruturas ferroviárias], encontra-se atualmente a ser programada para o final do 1.º semestre de 2023”, sustenta a IP.

Em causa está a sinalização eletrónica e o sistema complementar de segurança para o controlo automático de velocidade das circulações entre Viana do Castelo e Valença-Fronteira (distrito de Viana do Castelo), “com interface com a nova sinalização que a ADIF está também a instalar até à fronteira portuguesa”.

A intervenção “permite ainda colocar em exploração as três novas estações técnicas [Midões, Carreço e Carvalha] para cruzamento de comboios de mercadorias até 750 metros, construídas anteriormente no âmbito da eletrificação deste mesmo troço”, concluída em abril de 2021.

Assim, a capacidade de circulação de comboios aumenta pela “possibilidade de, no mesmo sentido, colocar mais que um comboio a circular em segurança” e pelas operações de cruzamento e mudança de linha nas estações passarem a ser feitas “de forma mais rápida e de forma centralizada no Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto”.

“Com estas condições, a capacidade de escoamento do troço Nine a Valença-Fronteira aumenta para os comboios de mercadorias, que atualmente circulam com 300 metros de comprimento e poderão passar a circular com 750 metros”, refere a IP.

Segundo a IP, a nova sinalização ferroviária, um investimento de 17 milhões de euros, “encontra-se já integralmente instalada e em ensaios”, beneficiando a Linha do Minho entre Nine (Famalicão, distrito de Braga) e a fronteira de Valença.

O gestor das infraestruturas ferroviárias nacionais acrescenta que “grande quantidade das passagens de nível que se encontravam já automatizadas e dotadas de barreira física serão integradas no novo sistema de sinalização sendo automatizadas mais 10 novas: uma rodoviária e nove pedonais”.

“O troço Nine a Valença-Fronteira, antes desta intervenção, era dotado de estações com sinalização mecânica, sendo a exploração realizada em regime de cantonamento telefónico, o que faz depender a segurança da circulação ferroviária exclusivamente do fator humano e obriga ao guarnecimento das estações com pessoal operacional”, explica a IP.

Assim, “a intervenção contribui para o reforço da segurança do sistema ferroviário, e para o equilíbrio operacional da empresa, com a redução dos gastos operacionais”, segundo a IP.