“Que digam o que querem dos bombeiros”

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A falta de viaturas e o financiamento das corporações dos bombeiros voluntários estão em debate no congresso extraordinário da Liga dos Bombeiros Portugueses, do qual sairá uma moção a exigir mais respeito.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) organiza um congresso nacional extraordinário, durante o qual vão estar em debate os principais problemas que afetam as corporações de bombeiros voluntários e do qual sairá uma moção a exigir ao poder político a sua resolução.

“O congresso é extraordinário exatamente por aquilo que nós sentimos, que os bombeiros não estão a ser tratados adequadamente e, portanto, queremos que os políticos de uma vez por todas digam o que querem dos bombeiros”, disse o presidente da LBP, António Nunes.

O responsável especificou que um dos temas em análise será o financiamento das associações humanitárias, que os bombeiros consideram inadequado e pedem que seja alterado.

António Nunes explicou que os bombeiros são financiados de várias formas, nomeadamente através de um protocolo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), dos subsídios atribuídos anualmente pelo Estado e através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Além da antiga reivindicação da LBP, que passa por exigir um comando de bombeiros autónomo da ANEPC, a Liga vai também debater a necessidade urgente de criação de uma carreia e de um estatuto dos bombeiros.

“Os bombeiros não têm atualmente uma carreira nem um estatuto, mesmo aqueles que dentro dos bombeiros voluntários são profissionais, como é o caso dos que pertencem às Equipas de Intervenção Permanente”, disse, sublinhado que é necessário criar as condições para que a carreira seja atrativa.

António Nunes alertou que os bombeiros têm atualmente cerca de 1200 viaturas com mais de 31 anos para combater incêndios e que há ambulâncias do INEM distribuídas aos corpos de bombeiros com mais de 10 anos e algumas com um milhão de quilómetros.

“A moção vai abordar estes e vários temas e vai fazer exigências. É uma moção estratégica no sentido de, de uma vez por todas, conseguirmos ter a capacidade para exigir viaturas para os bombeiros. Renegociar o acordo com o INEM, porque os valores que quer pagar não são suficientes para aquilo que é o serviço, renegociar os valores para os transportes de doentes não urgentes e criar uma carreira para os bombeiros voluntários com funções profissionais nos corpos de bombeiros”, precisou.