Câmara de Caminha acusa Governo de dar “migalhas” em vez de “pão”
O presidente da Câmara de Caminha acusou o Governo de dar “migalhas” em vez de “pão”, referindo-se aos 60% de financiamento dos prejuízos elegíveis resultantes do temporal de 01 de janeiro.
“A nossa população merecia mais, muito mais. O esforço que pedimos ao Governo, a solidariedade que se exigia para o nosso território ficou muito aquém. Na verdade, pedimos pão e deram-nos meras migalhas. Solicitamos apoios no valor de 100% e atribuem 60%”, afirmou o socialista Rui Lages.
“Teremos de cumprir o que vem no diploma do Governo, mas o financiamento é de 60% dos prejuízos elegíveis”, acrescentou.
Em causa está o despacho 3484/2023 de 17 de março, autoriza a abertura de candidaturas para atribuição de apoio para a reparação dos danos em infraestruturas e equipamentos municipais provocados pelas cheias e inundações.
Para Rui Lages, o apoio lançado pelo Governo fica “aquém, muito aquém, das necessidades”. “Desde o dia 1 de janeiro que tenho vindo a insistir junto das entidades com responsabilidades na matéria que era necessário ter um olhar diferente para aquilo que aconteceu no concelho de Caminha”, destacou.
Além do financiamento reduzido, Rui Lages adiantou ter “solicitado a declaração de situação de calamidade”, mas a resposta foi “zero”.
“Solicitamos que as respostas fossem ágeis e rápidas e, deram-nos burocracia. A minha população aguardava por respostas robustas e tivemos promessas. Resposta às habitações particulares, zero. A revolta que sinto, passados mais de dois meses é mais do que muita”, frisou.
No entanto, Rui Lages garantiu que “a toalha nunca vai parar ao chão”. “Somos gentes do Alto Minho, somos resilientes. Iniciaremos agora o trabalho que temos de fazer para capitalizar ao máximo este apoio que nos foi tão gentilmente concedido”, observou.