“Não queremos travar as eólicas, mas arranjar uma solução que não afecte a pesca”
Os cerca de 300 pescadores de Caminha decidiram lançar, esta segunda-feira, um abaixo-assinado contra a proposta preliminar de exploração de energias renováveis no mar e pedir uma reunião ao Governo para tentar travar o que antecipam como a “extinção completa” do sector no concelho.
“O que ficou decidido foi fazer um abaixo-assinado (…) e sermos ouvidos pelas entidades, para expormos as consequências das eólicas e o espaço de pesca que vão limitar (…) É a extinção completa da pequena pesca que só pode trabalhar até seis milhas da costa”, afirmou o presidente da Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora, Vasco Presa, no final de uma reunião com cerca de 50 pescadores, de Vila Praia de Âncora, Caminha e do rio Minho. Vasco Presa adiantou que o sector “não está contra” a instalação de parques eólicos ‘offshore’, mas defendeu que “os seus impactos têm de ser minimizados”.
“[Queremos] que [os parques] sejam mais afastados da costa. Qualquer solução que possamos encontrar com as entidades para minimizar este impacto. Não é travar as eólicas, mas é arranjar uma solução que não afecte a pesca”, adiantou o responsável, indicando que o abaixo-assinado iria começar a circular no mesmo dia da reunião e que os pescadores ainda vão decidir a quem do Governo irão solicitar uma reunião para darem conta das suas preocupações.
Vasco Presa garantiu que “só hoje” é que os pescadores de Vila Praia de Âncora e Caminha “passaram a ter noção” do projeto, após uma “sessão de esclarecimento promovida por várias entidades políticas”, que não especificou. “As entidades associativas não nos deram esclarecimentos absolutamente nenhuns. Zero”, frisou.