Reconfiguração do portinho de Vila Praia de Âncora ainda precisa de financiamento

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O estudo de reconfiguração do portinho de pesca de Vila Praia de Âncora, em Caminha, vai ser apresentado publicamente a 06 de julho, mas ainda falta garantir financiamento para a sua execução. A notícia agradou aos pescadores, que agora pedem para não esperar mais 12 anos pela concretização da obra.
O presidente da Câmara de Caminha indicou que “o estudo contempla três propostas de reconfiguração do portinho de Vila Praia de Âncora”.  Após a apresentação pública do documento, a Câmara, a Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora e a Direção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) terão de escolher a que melhor viabilizará a infraestrutura. O principal objectivo é que a proposta vencedora ponha fim ao assoreamento recorrente do portinho, acabando com as dragagens sucessivas e melhorando as condições de segurança das embarcações. “Desde a sua construção, já foram realizadas oito operações de desassoreamento e foram gastos mais de cinco milhões de euros com dragagens. Além disso, os dois molhes do porto impedem a movimentação de sedimentos para o sul da praia da Gelfa, destruindo as dunas dos Caldeirões”, lembrou Carlos Sampaio, vice-presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora.
Depois de escolhida a proposta, terão de ser encontrados mecanismos de financiamento para a operacionalizar. “Espero que não sejam precisos mais 12 anos para arranjar dinheiro para a reconfiguração do portinho, porque o mais difícil está feito”, referiu Carlos Sampaio. “Agora temos de arregaçar as mangas e acredito que, juntamente com os pescadores, com os grandes armadores, com a autarquia, provaremos à Direção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e ao ministro da Economia e das Finanças que o nosso porto de mar tem capacidade e é estratégico para o concelho. Se sensibilizarmos o Governo vamos conseguir financiamento, obviamente, com o apoio de Bruxelas. Todos juntos conseguiremos”, acredita. Com a implementação da melhor proposta do estudo, adiantou, “vai ser possível aumentar o número de postos de trabalho, aumentar a frota de pesca e trazer mais barcos”. “Vila Praia de Âncora tem a maior frota de pesca de espadarte e atum. Atualmente, devido à falta de condições do portinho, os armadores descarregam o pescado, em Vigo, na Galiza. Os impostos ficam todos em Espanha. Temos de criar condições para irmos buscar esse dinheiro”, afirmou.