Secretário de Estado “compreensivo” com a indignação de Vila Verde

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Centenas de habitantes de Vila Verde protestaram contra a construção de “mais uma linha de muita alta tensão” próximo de uma escola profissional onde o secretário de Estado das Infraestruturas participava numa sessão. O presidente da União de Freguesias da Ribeira do Neiva, José Azevedo, adiantou que o protesto, convocado pelo movimento contra a linha de muito alta tensão em Ribeira do Neiva, juntou “cerca de meia centena” de populares e autarcas locais.

Em causa está o projeto de execução da linha elétrica de 400KV, que fará a ligação à fronteira com Espanha, em Fontefria.

No concelho de Vila Verde, esta linha passa nas Uniões de Freguesia de Ribeira do Neiva e do Vade, para onde estão previstas 23 torres, lê-se numa nota publicada a 23 de maio no ‘site’ da Câmara Municipal de Vila Verde.

O protesto de decorreu nas imediações da Escola Profissional Amar Terra Verde, onde o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, participava numa sessão do Partido Socialista.

Segundo José Azevedo, os manifestantes foram ouvidos pelo secretário de Estado, que se mostrou “compreensivo” com a indignação popular e que “solicitou o envio de documentação para a poder partilhar com o ministério com competências na matéria”, nomeadamente, o Ministério do Ambiente.

O presidente daquela União de Freguesias destacou ainda que esta é a segunda linha de muito alta tensão que tencionam construir na freguesia e que, a concretizar-se, a nova linha de muito alta tensão vai passar pela “zona mais protegida” de Ribeira do Neiva.

O secretário-geral da União de Freguesias do Vade, David Vieira, destacou que o protesto pretendia “fazer chegar ao secretário de Estado a indignação pelo novo traçado” da linha de muito alta tensão.

De acordo com a nota publicada no ‘site’ da Câmara de Vila Verde, o projeto da nova linha elétrica vai também abranger os concelhos de Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Monção, no distrito de Viana do Castelo.

A autarquia, que também está “unida” na contestação desta linha de muito alta tensão, esclarece que este último traçado afeta sobretudo “áreas florestais e património histórico”, como o Monte do Oural, uma zona de carvalhais, locais de património arqueológico e a Capela de Santo António de Cháscua.