Peregrinos a Santiago de Compostela quadruplicaram em Portugal

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O número de peregrinos nos caminhos de Santiago duplicou na última década, de 215.879 (2013) para 437.511 (2022), segundo dados estatísticos do Centro de Acolhimento ao Peregrino da Catedral de Santiago de Compostela.

A frequência dos caminhos já recuperou da pandemia de covid-19, que provocou uma quebra de 84% nos peregrinos, de 347.559 em 2019 para 54.144 em 2020. Em 2021 as rotas foram percorridas por 178.912 e em 2022 por 437.511.

Para este aumento da frequência de peregrinos nos caminhos, terá contribuído o facto de o Ano Santo que se celebrou em 2021 ter sido alargado, excecionalmente, a 2022, por “circunstâncias provocadas pela pandemia”.

O Ano Jubilar Compostelano, denominado também por Ano Santo Jacobeu (Xacobeo), é celebrado quando o dia 25 de julho, festa de São Tiago, coincide com um domingo, tal como aconteceu em 2021, mas que só se voltará a repetir em 2027.

O Caminho Francês é o preferido, tendo sido percorrido por 226.447 peregrinos em 2022, seguido dos Caminho Português (93.048), Caminho Português da Costa (30.520), Caminho Inglês (24.177), Caminho Primitivo (21.331) e Caminho do Norte (20.311).

No primeiro semestre desde ano, foram 177.609 os peregrinos que chegaram a Santiago, cerca de metade dos quais no Francês (51,21%), sendo o Português (21,59%) e o da Costa (11,3%) os que surgem como os seguintes mais procurados.

Em apenas 10 anos, a frequência dos caminhos Português e da Costa, percorridos maioritariamente por espanhóis (36%), portugueses (27%), alemães (9%), italianos (4%) e norte-americanos (2%), quadruplicou (327%), de 29.550 em 2013 para 124.168 em 2022.

Descrito já em 1135 no Codex Calistinus, uma espécie de guia medieval da peregrinação a Santiago, o Caminho Francês é a rota jacobeia por excelência e o seu itinerário desde as terras gaulesas é o que possui a maior tradição histórica.

Também conhecido por Central, o Caminho Português está marcado desde Lisboa, num total de 625 km até Santiago de Compostela, mas a escassez de albergues faz com que grande parte dos peregrinos opte por sair do Porto (240 km) e Valença (120 km).

O Caminho Português da Costa (149 km), como o nome o indica, percorre a orla marítima desde o Porto até Caminha, e daí para Santiago de Compostela, e ganhou relevância a partir do século 18, sendo usado pelas populações costeiras e pelos peregrinos que desembarcavam nos portos.

O Caminho da Costa é, atualmente, o terceiro mais percorrido pelos peregrinos, superando, em pouco mais de quatro anos, os ‘camiños’ Inglês (com inicio em Ferrol ou Corunha), Primitivo (San Xoán de Padrón ou Burón) e do Norte (Ribadeo ou Santiago de Abres).

De acordo com as estatísticas dos últimos 10 anos, antes da pandemia de covid-19 mais de metade dos peregrinos eram de fora de Espanha, mas nos últimos anos a tendência inverteu-se e os caminhos são percorridos maioritariamente por espanhóis.

O ‘top 5’ dos países com o maior número de peregrinos em 2022 em todos os caminhos inclui, para além da Espanha, destacada em primeiro lugar, com 238.981, a Itália (27.010), os Estados Unidos (25.980), a Alemanha (23.195) e Portugal (20.106).

Reino Unidos, Irlanda, México, Brasil, Países Baixos, Canadá, Polónia, Coreia do Sul, Colômbia, República Checa e Argentina, Dinamarca, Bélgica e Austrália são os países que surgem nas posições seguintes.

No primeiro semestre de 2023 a tendência mantêm-se no ‘top 5’, com a Espanha destacada na liderança e os Estados Unidos e a Alemanha a ultrapassarem a Itália. Portugal segura a quinta posição.