Contval procura a “sustentabilidade” ajudando as contas das empresas

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A Contval, empresa de contabilidade de Valença, tem dois sócios e quatro colaboradores. Fundada há mais de 25 anos, tem uma carteira de clientes “bastante variada”, essencialmente de pequenas e médias empresas. Carlos Martins, um dos sócios e contabilista certificado, referiu que a empresa presta serviços de contabilidade, apoio fiscal e auditoria, embora esta última não seja “muito comum” acontecer.

“Dos quatro colaboradores, um também é contabilista certificado e outra é licenciada em contabilidade, mas ainda não está inscrita na Ordem”, frisou, recordando que a empresa iniciou o seu percurso com quatro sócios. A Contval trabalha para diversas empresas, algumas com sócios espanhóis. “Na nossa carteira de clientes temos médias e pequenas empresas. Das maiores que temos, uma facturou quatro milhões de euros, no ano passado, e depois uma ou outra facturaram acima de um milhão. O conjunto dos nossos clientes é bastante variado, em alguns casos temos empresas em que os sócios são espanhóis”, indicou. Sem entrar em pormenores, afirmou que não existem grandes diferenças entre ter uma empresa em Portugal ou Espanha. “Na prática determinadas atividades têm de ser desenvolvidas em Valença e não é fácil deslocá-las para Espanha. Não tenho um grande conhecimento para fazer essas comparações, dizem que é um bocado mais fácil em Espanha, mas tenho as minhas dúvidas. Acho que existem vantagens de um lado em determinadas coisas e desvantagens em outras. Aqui temos uma taxa baixa para rendimentos até 25 mil euros de lucro. O que posso dizer é que não tenho assistido a muitas empresas a sair daqui para Espanha, mas sei de empresas de Espanha que querem vir para Portugal. Um cliente espanhol disse-me que, se este Governo continuasse, mudava a empresa para Portugal”, revelou.

Para Carlos Martins, uma das maiores dificuldades é “lidar” com alguns clientes. “Com alguns clientes e algumas empresas é fácil trabalhar e dá gosto, mas existem outros que estão nos antípodas. Temos clientes que estão sempre disponíveis para aceitar as propostas que fazemos, mas outros são difíceis de trabalhar”, admitiu. Uma situação que o deixa indignado é a forma “desigual” como alguns empresários são julgados. “Existe uma certa injustiça no tratamento de alguns empresários, se um português tem uma qualquer dívida ao Estado, a máquina é muito rápida a chegar ao devedor, mas se o devedor é uma pessoa ligada ao Estado fica muito mais tempo sem pagar e algumas vezes até fica impune. A justiça não existe nestes casos”, criticou. Para o futuro, o contabilista pretende que a empresa continue estável. “O meu sonho é manter uma certa estabilidade, tenho a noção que esta empresa nunca será milionária, mas o objetivo é procurar a sustentabilidade”, adiantou. Na sua perspetiva, os valencianos são um bocado resistentes a tornarem-se sócios de associações ligadas ao sector empresarial, mas considerou que existem algumas vantagens. “Sinto que em Valença os empresários são num bocado avessos a estarem ligados a associações. Muitos deles não querem pagar uma quota mensal por uma razão financeira, mas uma ligação à Associação Empresarial de Viana do Castelo pode garantir informações e serviços importantes para as empresas”, esclareceu.