PSD acusa administração do hospital de Viana de não ter “mão” para responder a “demasiados casos” que “mancham” a sua imagem
A concelhia do PSD de Viana do Castelo questionou o ministro da Saúde sobre a substituição do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), cuja comissão de serviço terminou em 2019.
Na carta enviada a Manuel Pizarro, a concelhia social-democrata, presidida por Orlando Antunes, justifica a necessidade de substituição do atual conselho de administração com “demasiados” casos que têm vindo a público e “que mancham a imagem” do hospital de Santa Luzia, que “tem uma direção sem mão para responder a estas situações”.
“O furto de material hospitalar, do qual não foram apuradas responsabilidades, o caso de assédio com mais de 40 profissionais de saúde a apresentarem queixa contra o diretor da Unidade de Cuidados Intensivos e que acabou arquivado, assim como a condenação do hospital pelo despedimento irregular de uma médica da mesma unidade, que o tribunal exigiu a reintegração por despedimento ilícito”, são motivos apontados pela concelhia na carta enviada ao ministro da Saúde.
A Lusa enviou, por escrito, um pedido de esclarecimento ao Ministério da Saúde, mas até ao momento não obteve resposta.
Em maio, aquando de uma visita ao hospital de Santa Luzia, questionado pelos jornalistas sobre a necessidade de nomeação de novos titulares para o conselho de administração da ULSAM, cujo mandato terminou em 2019, Manuel Pizarro disse que a situação ficaria regularizada até ao final do mês de julho.
O PSD refere que “há vários meses, para não dizer anos, se não for contabilizado o período de luta contra a pandemia covid-19, que Franklim Ramos, presidente do conselho de administração, está para ser substituído”.
“Não podemos compactuar com o estado do hospital, seja ele diretivo ou infraestrutural. Nada justifica que um hospital com mais de 40 anos não sofra obras de fundo, com uma requalificação que o torne mais prático, mais bem equipado e mais competente na resposta aos utentes do distrito”, refere a carta.
O PSD acrescenta que “nada justifica, por exemplo, que o hospital central do distrito não tenha serviço de radioterapia para evitar as deslocações dolorosas dos pacientes sujeitos a esse tipo de tratamento”.
“Nada justifica o estado em que o hospital está. Não há espaço para as ambulâncias à porta da urgência, serviço que funciona em contentores há anos, e nada faz prever o seu melhoramento”, sustenta o PSD.
Para a concelhia, “esta ULSAM só funciona graças aos profissionais competentes que tem em várias áreas e que, perante tantas dificuldades, continuam a lutar para prestar melhor serviço possível aos utentes”.
“Este hospital precisa e a população do Alto Minho merece melhores condições, melhores serviços e melhores direções que sejam capazes de dar a cara, de ter mão nas equipas e de trabalhar para que o hospital do distrito seja uma referência a vários níveis”, defendem os social-democratas.
Para o PSD, “a ULSAM não pode, aos olhos do Governo, ser só um hospital que desenrasca os serviços de maternidade e obstetrícia quando outros não conseguem”.