Campus da AMA “deu asas para voar” no mercado de trabalho

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A Fundação AMA desenvolveu o projeto Campus, com perto de 30 jovens autistas, entre os 18 e os 29 anos, com o intuito de os inserir no mercado de trabalho. Metade está já empregada.

A procura ativa de emprego, elaboração de currículos, o desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal, a estimulação da autoconfiança e a integração no mercado de trabalho através de estágios ou de contrato de trabalho foram algumas das ações do projeto. No entanto, este foi um projeto que não teve apenas uma componente técnica de ensinar a fazer. “Versava também a questão da autonomia do saber ser e estar”, referiu Dora Brandão, presidente da Fundação AMA.

“As competências técnicas já lá estavam, fruto dos cursos que tinham frequentado, alguns ao nível do superior, como aconteceu no Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Quisemos, por isso, trabalhar a questão da independência. E isso passa pela autonomia em relação aos pais, que têm sempre a sensação de terem de estar sempre presentes”, explicou. Por isso, questões como a gestão financeira, o auto- conhecimento e o acompanhamento no início do trabalho foram também desenvolvidas no “Campus”.

Os jovens foram colocados a trabalhar em estágios ou já com contratos de trabalho em vários pontos do distrito, como em Lanheses, Viana do Castelo ou Vila Nova de Cerveira. Algo que agrada a Dora Brandão, pois considera que “a responsabilidade social das empresas” é muito importante.

Presente na sessão de encerramento do projeto, Dália Alves, técnica superior do IEFP, considerou que mais importante do que a integração é a inclusão. “Encontrar a pessoa certa para o lugar certo faz com que, às vezes, seja necessário desenvolver um trabalho com parceiros, como a AMA, para nos ajudar nesta missão”, disse.

Dália Alves relembrou que, com a introdução da lei de 2019, que obriga as grandes empresas a incluir pessoas com deficiência superior a 60 por cento de grau de invalidez, a “tendência da integração destes cidadãos tem vindo a crescer e começa a ser realmente visível”.

Presente, também, na sessão, esteve a vereadora da Coesão Social, da autarquia vianense, Carlota Borges que relembrou “que a Câmara Municipal apoiou, desde o início, o projeto” pois “vê na AMA uma resposta única para o autismo”.

Conseguir desenvolver um projeto em que o” objetivo final é enquadrar estes jovens e inseri-los no mercado de trabalho, dando-lhes autonomia, é fundamental”, considerou a vereadora pois, assim, “conseguem voar”.

A vereadora apontou a integração e coesão social como aspectos determinantes na política do Município, considerando que os resultados deste projecto demonstram que a aposta tem sido acertada. “A Câmara Municipal é uma porta aberta não só por uma imposição legal, mas também por ser uma obrigação enquanto seres humanos e enquanto membros da sociedade”, acrescentou.

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