“Experiência magnífica” nos pinhais da Serra da Cabreira potencia emprego e resina

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Quando Igor Vidigal começou a exercer as funções de resineiro na Serra da Cabreira, em Vieira do Minho, sentiu que as pessoas achavam que ele ia para a floresta “brincar” por ser muito jovem. Mas o tempo demonstrou que o trabalho, que Igor e os seus colegas resineiros fazem, consegue melhorar a gestão da floresta, dar novas oportunidades de emprego e, ao garantir maior presença de pessoas na floresta, diminui as ignições.

Igor faz parte de uma equipa de sete resineiros, que percorre, durante todo o ano, cerca de 40 hectares, onde se pratica resinagem à vida, em rotatividade de parcelas, nos baldios das freguesias de Pinheiro e Cantelães, no concelho de  Vieira do Minho. Nas parcelas resinadas, vê-se que há menor densidade de vegetação espontânea. A equipa de resineiros, que dá vida a esta área de pinhal, não se limita a ser recente, é também extremamente jovem, com uma média de idades inferior a 30 anos. Espera-se que estes novos resineiros possam servir de exemplo a outros que sigam as suas pisadas. Essa é, de resto, a vontade da autarquia de Vieira do Minho, do Centro Pinus e do Resipinus, associado do Centro Pinus, que promoveram uma visita de trabalho para demonstrar o potencial da resinagem para o pinhal. 

“Somos todos de Vieira do Minho, conhecidos e amigos, o que torna o nosso trabalho ainda mais fácil. Graças a Deus está a correr bem e toda a gente está contente connosco. No início, não davam tanto valor porque éramos muito jovens e pensavam que vínhamos para aqui brincar, mas o trabalho tem corrido bem e esperamos continuar assim”, desejou o Igor, que é o responsável por esta equipa de resineiros. 

“Neste momento, este sector é composto maioritariamente por pessoas mais velhas, com mais de 50 anos, e o que pretendemos é trazer pessoas mais novas para que o sector seja levado a bom porto. Queremos tirar a melhor rentabilidade dos nossos pinhais e com isso dar rentabilidade às regiões”, referiu Raquel Bento, da Resipinus. 

“A equipa de resineiros apresentada nesta visita de campo tem sido suportada por uma medida de apoio à criação de novos empregos. Para tal, o apoio público foi imprescindível, uma vez que, no início, a produção de resina é muito abaixo da potencial, quer pelo facto dos resineiros estarem ainda a aprender o novo ofício, quer por motivos fisiológicos. Só apenas após duas ou três épocas de resinagem, o pinheiro-bravo entra em produção plena”, explicou o Centro Pinus. 

A revitalização da profissão do resineiro e a multifuncionalidade do pinheiro-bravo tem sido uma aposta da autarquia de Vieira do Minho, que considera “a floresta um dos motores de desenvolvimento do concelho”. “Esta experiência vai no segundo e tem sido magnífica, não só pelo aproveitamento deste recurso natural, mas também pelos postos de trabalho criados, principalmente junto das camadas jovens. É uma experiência que está a resultar muito bem ao ponto de a Câmara Municipal, com outras juntas de freguesia e conselhos directivos de baldios poder alargar o desenvolvimento desta actividade”, adiantou António Barbosa, presidente da Câmara de Vieira do Minho. O autarca salientou ainda a importância dos pinhais na Serra da Cabreira para a qualidade do mel de Vieira do Minho. “Produzimos mais de 40 toneladas de mel de grande qualidade todos os anos na Serra da Cabreira e é quase todo para exportação. O pinhal contribui para a qualidade desse mel”, afirmou.