Braga vai homenagear Martinho de Dume, o bispo que deu nome aos dias da semana em português

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A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, o Laboratório de Paisagens, Património e Território e o Conselho de Cultura Galega vão homenagear, esta sexta-feira, dia 13, Martinho de Dume, autor do principal manual para príncipes europeus da Idade Média, do nome dos dias da semana em português e bispo da capital do reino suevo, com uma uma visita guiada ao Núcleo Museológico de S. Martinho de Dume e a apresentação do livro “Como levar unha vida honesta, o manual para príncipes de Martiño de Dumio”.

O núcleo museológico de S. Martinho de Dume, que terá uma visita comentada, é Monumento Nacional desde 1993 e inclui o sarcófago pré-românico daquela personalidade e as ruínas do antigo mosteiro que fundou, entre outros vestígios. 

Às 18h30, na Casa do Conhecimento da Universidade do Minho, no Largo do Paço, vai ser apresentado o livro “Como levar unha vida honesta, o manual para príncipes de Martiño de Dumio”, que traduz a sua obra original do século VI. A sessão conta com a presidente do Conselho de Cultura Galega (CCG), Rosario Álvarez Blanco, o coordenador e o tradutor da publicação, respetivamente Manuel Gago e Xosé López Silva, e da parte da UMinho com a vice-reitora para a Cultura e Território, Joana Aguiar e Silva e o diretor do doutoramento em História, Arnaldo Melo.

As iniciativas em Braga pretendem também mostrar ao público as facetas intelectuais de Martinho de Dume (520-579), que foi ainda escritor e tradutor, bem como os seus cenários biográficos, históricos e culturais, com base na investigação produzida sobre os monumentos e o contexto da Braga tardo-antiga.

Foi o rei suevo Miro, na antiga Galécia (noroeste peninsular), que por volta do ano 570 pediu ao seu professor Martinho de Dume, então arcebispo de Braga, para escrever um tratado com lições para lidar com a vida e o governo. O curto “Fórmula vitae honestae” é um compêndio de ética baseado em textos de autores clássicos e nas “quatro virtudes” (prudência, força, temperança, justiça). O manual tornou-se essencial na educação das cortes europeias e teve uma grande difusão, havendo atualmente quase 700 exemplares latinos preservados em prestigiados mosteiros, palácios e universidades.
A tradução galega desta obra contribui agora para recuperar a memória que esteve na base do reino suevo, hoje eurorregião Norte de Portugal/Galiza, e na sua identidade política e cultural. O livro é acompanhado por testemunhos de especialistas sobre aquela época, sobre o autor e sobre a mensagem deixada, que continua atual.