Docente do IPVC vence prémio nacional com ensaio “Do Vinho de Deus ao Vinho dos Homens”

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O docente do Politécnico de Viana do Castelo, Gonçalo Marques, foi o vencedor da 6.ª edição do Prémio de História Alberto Sampaio, atribuído pela Academia das Ciências de Lisboa, com o ensaio “Do Vinho de Deus ao Vinho dos Homens: o Vinho, os Mosteiros e o Entre Douro e Minho”.

O trabalho de Gonçalo Marques, docente da Escola Superior de Educação do Politécnico de Viana do Castelo, é uma “contribuição significativa para o entendimento da história do vinho na região do Entre Douro e Minho”, defende Academia das Ciências de Lisboa. Prémio teve por fase a dissertação de doutoramento de Gonçalo Marques e da sua investigação feita na última década e meia. “Fiz as necessárias revisões bibliográficas e candidatei o meu trabalho, que acabou reconhecido pelo júri, composto pelos professores mais conceituados do país na área da História”, explica o docente da Escola Superior de Educação do Politécnico de Viana do Castelo, considerando que reconhecimento agora feito é o “corolário” do seu trabalho de investigação e do seu trabalho académico, desenvolvido ao longo da última década e meia. “Aquilo que fizemos foi um trabalho verdadeiramente coletivo: com a região, com as pessoas de quem recolhemos informação e com quem aprendemos – porque a história faz-se desta forma, de forma participativa – e também contámos com a preciosa ajuda das fontes documentais, que tivemos oportunidade de consultar”, referiu.
A dissertação de doutoramento reflete sobre a importância que as ordens religiosas tiveram na produção da viticultura na região do Minho. “Sabemos que os mosteiros produziam vinho para consumo próprio dos religiosos e das pessoas que trabalham nos campos, mas também produziam o vinho para a eucaristia, por exemplo. Daí o vinho de Deus. Havia um circuito dos vários grupos sociais que acabaram por consumir este vinho”, descreveu Gonçalo Marques.
Todo este processo, além de ter sido objeto de estudo para o seu doutoramento, resultou, numa primeira fase, na publicação de um roteiro turístico.
“Reconhecimento responsabilizador”
Para o docente, este foi “reconhecimento responsabilizador”, feito pela “máxima instituição académica fora do circuito das instituições de ensino superior”, que conta com professores catedráticos e coordenadores de renome nacional e internacional. O reconhecimento dos pares é algo, afirma, “absolutamente crucial”. “Como docente  é uma honra e um orgulho, mas também tenho um enorme sentimento de dever cumprido ao receber um prémio”, disse.