“O Minho não precisa de discriminação positiva, só precisa de ser tratado com justiça!”
Contrariou a vontade do pai e envolveu-se desde cedo na política. Começou por fundar uma associação juvenil na sua terra e depressa o bichinho pela “res publica” foi-se tornando num desígnio de vida que faz dele um político de referência nacional e europeia. Aos 56 anos, José Manuel Fernandes mantém a inquietude da juventude, com orgulho nas suas raizes minhotas, para onde regressa e recarrega baterias, depois de uma semana de trabalho no Parlamento Europeu. Considerado o eurodeputado português mais influente há vários anos, José Manuel Fernandes destacou-se na famosa negociação do plano Juncker, mas às suas “costas” tem outros importantes dossiers, que faz questão de estudar exaustivamente para saber que argumentos usar quando está a negociar.
Numa entrevista, que depressa se tornou numa conversa com o Semanário Alto Minho, José Manuel Fernandes abriu o livro da sua vida. Falou sobre a infância, as saudades da mãe, o tempo em que tocou órgão e animou casamentos, a admiração por Francisco Sá Carneiro, a irreverência quando foi vereador da oposição, o legado que deixou como presidente da Câmara de Vila Verde, incluindo a estratégia promocional do concelho assente no lenço dos namorados, que começou por causa do lenço que a sua esposa, a actual autarca, lhe ofereceu, e o salto para o Parlamento Europeu, onde já está há 14 anos. Licenciado em engenharia de sistemas informáticos, José Manuel Fernandes aprecia a informalidade de Bruxelas, onde não há “títulos” de doutores e engenheiros. Talvez por isso, sinta-se tão à vontade para assar sardinhas, no terraço de casa, a 200 metros do Parlamento Europeu. Por lá, guarda uma concertina que toca quando está chateado.
Durante mais de duas horas de conversa, o eurodeputado social democrata fez ainda uma análise à situação sócio-económica do país, alertou para o corte dos fundos europeus, que pode ser de 20%, já a partir de 2027, teceu críticas ao Governo “centralista” e assumiu a vontade de se recandidatar nas próximas eleições europeias, com algumas achegas a quem espalhou o boato de que ele seria o candidato à Câmara de Braga.
Leia a entrevista completa na edição desta semana do “Alto Minho”