Abralux “brilha” no mercado mundial

0
713
A Abralux é uma empresa especializada na produção e comercialização de abrasivos na indústria de rochas ornamentais e cerâmica, localizada em Valença. João Fernandes é natural de Vila Nova de Cerveira, tem 59 anos, e é o gerente e proprietário do negócio que já está no mercado há 23 anos. Com altos e baixos, a Abralux continua a dar cartas no sector, tendo no país vizinho o seu principal mercado.
O abrasivo é uma substância natural ou sintética utilizada para desgastar, polir ou limpar outros materiais. Normalmente é constituído por um agente abrasivo (abrasivo granulado) que está mais ou menos disperso num agente cola (aglutinante). A natureza dos abrasivos e ligantes é muito diversificada e evoluiu ao longo do tempo, desde cimentos naturais, como a magnesita, até resinas e ligantes metálicos, e agentes abrasivos, como sílica e corindo, até diamantes supergranulados”, contextualizou João Fernandes, notando que a Abralux, enquanto fabricante de abrasivos, “oferece inúmeras opções de materiais” que “podem ser ajustados às características do equipamento e, essencialmente, às necessidades do cliente”. “Concretamente, aquilo que nós fazemos é pegar numa peça que, em contacto com outra, provoca um desgaste e esse desgaste vai tendo cada vez melhor acabamento, até chegar ao ponto de ganhar brilho”, explicou.
O empresário começou a sua carreira profissional a trabalhar na empresa sueca Husqvarna e ficou “muitos anos” ligado a essa “casa”. “A Husqvarna tem a parte das motas, depois tem a parte das motosserras e tem também a da construção. Eu estive ligado à construção e, concretamente, à secção das ferramentas abrasivas. Depois, por várias razões, fui-me proposto criar uma empresa que, inicialmente, era suposto ser absorvida pela própria Husqvarna. A estratégia acabou por mudar e, quando a empresa já estava em pleno funcionamento, deixou de haver interesse”, contou, acrescentando que esse período foi “muito difícil”. “Tive que me adaptar ao mercado”, recordou.
Hoje, a Abralux conta com seis funcionários, mas, segundo o proprietário, já contou com “muitos mais”. “Com os processos que nós utilizamos hoje em dia não é necessário haver muitos funcionários para trabalhar. Hoje está tudo muito automatizado e nós desenvolvemos o produto e também desenvolvemos o processo de o fabricar”, referiu, adiantando que “80%” do seu produto é para exportação. “Os nossos principais clientes são as indústrias de serragem e a maior parte da nossa produção é para exportar. São empresas que compram blocos de granito grandes, que são retirados das pedreiras, são levados para umas fábricas onde são serrados e, depois, entram no processo de polimento e nós vendemos os abrasivos para esse mesmo processo. Depois, já numa escala menor, temos também os pequenos marmoristas que cortam e fazem acabamentos”, partilhou, garantindo que o seu principal mercado está em Espanha.
“Logo a seguir, vem o mercado português e também vendemos bastante para África em geral e para o Brasil, que é um mercado em que estamos agora a apostar bastante”, confessou, não escondendo quais são sos principais concorrentes da sua empresa. “A Abressa, que é uma empresa espanhola, e depois temos dois grandes grupos italianos que são muito fortes na nossa zona. Há também os chineses, mas esses fazem tudo e não fazem nada em específico, vão vendendo por todo o lado mais barato, mas a qualidade é muito fraca”, atirou, acrescentando que a sua empresa tem “todas as condições para chegar mais longe ainda”. “Se quiser faturar três vezes mais do que o faturo agora é relativamente fácil. Só tenho que contratar mais meia dúzia de pessoas, nem sequer tenho que comprar máquinas, ou seja, o investimento está feito. É só esperar que o mercado nos dê a oportunidade de lá entrar e lá chegaremos”, incitou.
João Fernandes garante que tem um “produto de excelência” e a prova disso é que “há quem queria comprar” a sua empresa. “Há grandes grupos que nos têm andado a sondar para nos comprar. Mas aquilo que eu digo sempre é que eu até posso vender a empresa, mas depois vou fazer outra”, gracejou o empresário.