Alunos de Braga até podem ser astronautas por um dia na Escola de Ciência Viva

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A segunda edição do Escola Ciência Viva de Braga vai contar com a participação de quase três centenas de alunos de 13 agrupamentos de escolas de Braga. O projeto é do Centro Ciência Viva de Braga (CCVB), com a parceria da Escola de Ciências da Universidade do Minho ( ECUM) e do Município de Braga. Pretende dar a conhecer várias áreas científicas e fomentar a curiosidade dos alunos pelo mundo que os rodeia. “É uma aposta ganha! No ano passado, o feedback dos alunos, professores e entidades associadas foi extremamente positivo”, referiu o coordenador da Escola Ciência Viva Braga, Pedro Dias.

Esta segunda edição arrancou com 28 alunos do 1º ciclo do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. Carminho Osório, do 4º ano, nunca tinha visitado o CCVB. “É muito interessante, tem tudo o que é preciso para as ciências”, disse. Dinis Afonso, também do 4º ano, concordou que a experiência foi “ótima e maravilhosa”. Este grupo de alunos foi acompanhado por docentes, como Maria do Rosário, que considera a participação “importante para os mais novos, desde o aspeto experimental das ciências, o levantar dúvidas, o não recear colocar hipóteses”. A professora elogiou também que os miúdos expressam a sua voz, trabalham em grupo, ouvem os colegas e sabem que uma resposta que parece errada pode até desencadear outras descobertas. 

Cientistas da UMinho presentes

As crianças vão até sexta-feira interagir com investigadores, imprimir em 3D, programar e controlar robôs, realizar experiências laboratoriais e tornar-se astronautas por um dia. “As atividades relacionadas com o espaço e com a biologia são desafiantes. Alguns gostam do encontro com o cientista, mas apreciam muito o treino que fazem como astronautas”, conclui Pedro Dias. A Escola Ciência Viva é uma das 21 da Rede Nacional de Escolas Ciência Viva e conta com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Os docentes e investigadores da ECUM voltam a dinamizar as sessões “Conversa com um cientista”. “Ao saírem do laboratório, promovem a curiosidade científica nos mais novos e contribuem para formar cidadãos conscientes e bem informados”, revelou o vice-presidente para a Interação com a Sociedade e Internacionalização da ECUM, Hernâni Gerós. Na primeira sessão, a bióloga Daniela Baptista esclareceu questões dos alunos sobre a poluição por plásticos nos rios, mares ou lagos. “Os animais podem ingerir e acumular estas partículas no organismo, transportando-as ao longo da cadeia alimentar até chegar ao ser humano, logo é urgente encontrar soluções para evitar esta ameaça”, afirmou. Há já estudos para produzir plásticos facilmente degradados por microrganismos ou por processos mais rápidos, eficientes e ecológicos. 

Alargar a mais escolas

Nesta segunda edição participam 293 alunos em Braga e prevê-se de novo “um grande impacto”. Os responsáveis gostariam de chegar a mais escolas. “O ideal seria termos duas turmas por agrupamento, mas obrigaria a financiamento que não temos”, explica o diretor do CCVB, João Vieira. “Os feedbacks que vamos tendo são extraordinários; o enraizamento do método científico, sobretudo do gosto pela ciência, é o mais importante da escola”, resume. O CCVB teve em 2023 o recorde de 34 mil participantes em todas as suas atividades, que este ano prosseguem, como os Cafés com Ciência, o Sarau de Outono (desta vez, será no aniversário do centro, na Primavera) ou os 24 charcos pedagógicos criados nos Clubes Ciência Viva na Escola.

Além do CCVB, a ECUM colabora este ano letivo com os centros homólogos de Guimarães e dos Arcos de Valdevez. O objetivo é “fortalecer laços entre a universidade e a comunidade, contribuir para a compreensão pública da ciência e promover uma cidadania científica para uma sociedade mais informada e proativa na resolução de problemas globais”, evidencia o presidente da ECUM, José González-Méijome.