Protesto dos agricultores bloqueia acessos a Valença e Espanha

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A rotunda da Estrada Nacional 13 em São Pedro da Torre, no concelho de Valença, está esta manhã cortada devido à marcha lenta do Movimento Agricultores do Norte e a circulação na A3 está condicionada entre as portagens e a ponte internacional Valença-Tui.

Na EN13, no sentido Sul-Norte, o trânsito estava, pelas 09:00, parado a partir de Vila Meã, ainda no concelho de Vila Nova de Cerveira e a dificuldade de circulação na EN13 em Vila Nova de Cerveira deve-se à interdição da rotunda de São Pedro da Torre, já no concelho de Valença. Na A3, a saída para São Pedro da Torre também está cortada em ambos os sentidos, ao passo que a circulação na autoestrada está “condicionada entre as portagens de Valença e a ponte internacional Valença-Tui”. No sentido Espanha-Portugal, as viaturas estão “em circulação”, de acordo com a GNR. O Comando de Viana do Castelo da GNR aponta Vila Nova de Cerveira e a A27 como alternativa para a entrada em Espanha, atendendo ao facto de “não haver previsões” quanto à conclusão do protesto dos agricultores, que começou pelas 06:30 com cerca de 100 viaturas.

“Estamos na via rápida, na zona de S. Pedro [da Torre]. Já não passa ninguém no sentido Sul – Norte. A ideia é bloquear a zona das rotundas em Valença. Em Valença vai parar tudo. A ideia é mobilizar o concelho todo”, afirmou Fábio Viana, do Movimento dos Agricultores do Norte, pelas 07:20. Na iniciativa que pretende “sensibilizar a sociedade e o poder político para o atual panorama dramático do setor agrícola no Norte de Portugal” envolve cerca de 100 viaturas, entre 60 viaturas ligeiras e 30 tratores.  

Os manifestantes apresentam-se como um “movimento cívico com a representação de agricultores, empresários agrícolas e cidadãos, com o objetivo de sensibilizar a sociedade e o poder político para o atual panorama dramático do setor agrícola no Norte de Portugal”. A ação de hoje é desenvolvida “em simultâneo com outras ações de protesto desenvolvidas do lado espanhol da fronteira pela Agrupacion Nacional de Agricultores y Ganaderos del Sector Primário”.

No Caderno reivindicativo, o movimento pede o “reajustamento da cadeia de valor com maior valorização da produção primária e rotulagem clara para o consumidor sobre preço pago ao produtor e margens da distribuição”, a par da “valorização de produtos endógenos e de cadeias curtas de abastecimento”. Os agricultores do Norte pretendem, ainda, “estratégias claras de melhoria da atratividade da atividade agrícola e de renovação do capital humano”, nomeadamente o “aumento do valor do prémio à primeira instalação para jovens agricultores”. Entre outras medidas, reclamam o “bloqueio às importações de produtos alimentares extracomunitários que tenham sido produzidos em tipos de produção que não estejam sujeitos às mesmas normas de fitossanidade, proteção ambiental e de bem-estar animal da União Europeia”.