“Novo mercado de Esposende faz a ligação do mar e da terra”
Esposende inaugurou o “novo” Mercado Municipal. A intervenção traduziu-se num investimento global de 2,6 milhões de euros e contou com financiamento do programa Portugal 2020, ao abrigo do Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU), que abrangeu, ainda, um conjunto de outras intervenções, tanto em Esposende, como em Fão e Marinhas, conforme referiu o presidente da Câmara Municipal de Esposende. Benjamim Pereira justificou a intervenção com a necessidade de adaptar o Mercado Municipal às necessidades atuais, criando melhores condições tanto para os vendedores como para os clientes.
O autarca clarificou que o novo espaço vai abrir logo que se realize a hasta pública para atribuição dos lugares de venda. O renovado mercado conta com dezenas de bancas para comercialização de fruta, legumes e hortícolas, 7 peixarias, 6 lojas e 1 cafetaria. Dispõe de vestiários e balneários para os utilizadores residentes, gabinetes para o aferidor e para o fiel de mercado. Além da questão estética, que foi substancialmente melhorada, outra mais-valia é a eficiência energética do edifício, nomeadamente ao nível do consumo de energia elétrica. O espaço exterior abre a possibilidade à realização de eventos de índole diversa.
“Um edifício sóbrio, perfeitamente integrado na envolvente, com excelente escolha de materiais, resistentes e de pouca manutenção. É uma obra que dignifica o Município e a cidade e constitui um bom exemplo de aplicação dos fundos comunitários”, referiu o presidente Benjamim Pereira, sublinhando, ainda, a atratividade turística do equipamento, onde figura agora um painel da autoria do artista plástico Juan Dominguez, que, na ótica do autor, faz a ligação do mar e da terra, aludindo à história e às tradições do concelho.
Esta referência esteve, aliás, presente na recriação etnográfica apresentada pelo Grupo Associativo de Divulgação Tradicional (GADT), de Forjães, um dos momentos marcantes da cerimónia inaugural, a par da performance de teatro, protagonizada por elementos de todos os grupos de teatro amador do concelho que integram o projeto CREARTE, do Município de Esposende. Foi apresentada uma reinterpretação de excertos da peça “Quadros da Ribeira”, com texto original de José Felgueiras, adaptado pelos encenadores Jorge Alonso e Eva Fernandes. Momentos que surpreenderam e agradaram à vasta plateia que assistiu à sessão inaugural.
Reconhecendo que a obra se prolongou para além do prazo inicialmente previsto, em virtude de vicissitudes várias, o presidente da Câmara Municipal agradeceu a compreensão dos vendedores e dos clientes pelos constrangimentos causados. Referiu que o Município continua focado e empenhado em dar cumprimento ao programa sufragado, dando nota de que estão presentemente em execução obras em diversas freguesias do concelho e garantiu que até junho avançarão os demais projetos previstos, abrangendo todo o território concelhio.
Assegurou, ainda, total empenhamento do Município nos “grandes projetos”, nomeadamente o MarMinho – Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha, que será instalado na antiga Estação Radionaval de Apúlia, a requalificação costeira de Pedrinhas-Cedovém e a execução do Parque da Cidade, sendo que as obras do edifício do IPCA, para instalação do Ensino Superior em Esposende, se encontram a bom ritmo e já na reta final. Adiantou que está em execução o projeto para a realização da 2.ª fase das obras de requalificação da Escola Secundária Henrique Medina e que já foi apresentada a candidatura para a construção do novo Centro de Saúde de Esposende e para a requalificação da Unidade de Saúde de Apúlia. A estes junta-se o projeto do Centro de Divulgação Científica no Forte de S. João Baptista, onde se pretende também instalar o Achado de Belinho e a sede do Parque Natural do Litoral Norte (PNLN). Numa altura em que se perspetiva a conclusão dos troços em falta da Ecovia do Litoral Norte, que ligará Caminha a Apúlia, Benjamim Pereira acredita que a execução da nova ponte sobre o rio Cávado, pedonal e ciclável, está agora mais perto de ser uma realidade.
Três meses após ter estado presente na inauguração das obras de requalificação do Largo Rodrigues Sampaio, o Presidente da CCDR-N regressou a Esposende para assinalar a conclusão de mais um projeto de reabilitação urbana. António Cunha elogiou a “notável” intervenção de requalificação do Mercado Municipal, tornando-o mais atrativo e funcional, considerando que, além de um espaço de comercialização dos produtos locais, constitui um local de cultura, por via do painel histórico de Juan Dominguez.
“É um concelho onde a modernidade está muito casada com a tradição”, referiu, notando que Esposende dispõe de um assinalável leque de indústrias, oferecendo, ainda, além da sua riqueza natural, qualidade de vida e qualidade ambiental. Frisou que esta conjugação de fatores resulta num quadro de atratividade turística e de crescimento do território, como de resto se tem vindo a verificar.
António Cunha referiu que o programa Portugal 2020 permitiu alavancar em Esposende projetos no valor global de 48 milhões de euros, cabendo ao Município um investimento de 14,8 milhões de euros. A este montante, soma-se, ainda, o valor de 50,4 milhões de euros de que beneficiaram empresas do concelho. Contas feitas, foram perto de 100 milhões de Esposende de investimento no território, “o que demonstra a capacidade que o concelho tem de conseguir bons projetos e de os executar com qualidade”, assinalou o Presidente da CCDR-N.
O presidente da Junta da União das Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra, Aurélio Neiva, expressou a sua satisfação pela concretização de mais uma intervenção de requalificação na área urbana. Considerou que o Mercado Municipal está agora “com ótimas condições para os vendedores e clientes, um espaço mais moderno, mais organizado e com melhor funcionalidade”.
Aurélio Neiva elencou um conjunto de obras de requalificação concretizadas pela Câmara Municipal na União das Freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra, notando que “a cidade de Esposende vai ficando cada vez mais bonita a atrativa”. Considera, contudo, que se trata de uma tarefa inacabada, pelo que apelou à continuidade deste trabalho de reabilitação.