“Área ambiental do Santoinho vai ficar bonita em todas as estações do ano”

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A paisagem da vasta área florestal e ambiental do Santoinho está a mudar. Os eucaliptos têm vindo a ser paulatinamente cortados para dar lugar à plantação de milhares de árvores autóctones, como faias, carvalhos e sobreiros. O objectivo da Fundação Santoinho, que começou este projecto de reflorestação na pandemia, é tornar esta área ambiental na “Tapada do Santoinho”.

Maria Rocha é uma das responsáveis pela reflorestação da área ambiental do Santoinho. Botânica autodidacta, Maria passou o Dia Mundial da Árvore a fazer plantação de 400 de carvalhos. “Mas plantamos muitas outras árvores nesse dia, como este cedro maçã ou aveleiras”, exemplificou a jardineira, feliz por ver que as árvores já estão “todas puxadinhas”. “A natureza acalma-me. Se não der duas sacholadelas na terra não ando bem”, justificou Maria, que sabe o nome e as características de uma imensidão de plantas e árvores, sem nunca ter estudado sobre o assunto. “Quando estas árvores começarem todas a rebentar e florir, vai ficar maravilhoso e bonito em todas as estações do ano porque a natureza transforma-se em cores diversas”, acredita a jardineira, que conta com a ajuda de Benjamim Moreira na realização dos trabalhos de plantação e manutenção da área. “À medida que caminhamos por aqui já nos apercebemos dos cheiros diferentes e vê-se que os passarinhos procuram as árvores”, disse Benjamim Moreira, notando que o local tem recebido a visita de escolas do concelho.

Na vasta área reflorestada vê-se que as árvores são “adubadas” com telha esmagada que já fez parte da cobertura do arraial do Santoinho. Depois da substituição da cobertura, as telhas velhas foram guardadas e agora estão a servir de nutriente para a terra da área ambiental do Santoinho. “Também aproveitamos limalha e ferro que vem da Metaloviana para dar nutrientes à terra”, acrescentou a jardineira.

Muitas das árvores que são plantadas nesta área vêm de um pequeno horto que a Fundação Santoinho possui e que Maria Rocha cultiva. “É onde eu faço estacaria e aproveito tudo o que posso. Hoje aproveitei  ginkgo biloba a ver se pega. Estes cedrinhos pequeninos que se vêem aqui, nasceram lá”, exemplificou.

Nos últimos quatro anos, a Fundação Santoinho estima que foram plantadas 4000 árvores nesta área ambiental. “O Santoinho planta mais árvores do que muitos parques”, frisa a Fundação, apelando aos visitantes para também cuidarem do espaço, onde há um local com uma vista sublime sobre o rio Lima. “Parece que temos o rio aos nossos pés”, disse Maria Rocha.