“O PS tem uma situação de privilégio”
Em entrevista ao “Alto Minho”, Vitor Paulo Pereira, enquanto presidente da Federação Distrital do Partido Socialista, assume a preparação para o ataque às autárquicas do próximo ano. “O PS tem uma situação de privilégio, já tivemos menos Câmaras e recentemente ganhamos duas. Temos de trabalhar de forma séria e escolher pessoas com provas dadas na política e na vida profissional. Temos de fazer o equilíbrio entre o facto do candidato ser conhecido e o facto de ser um candidato respeitado no distrito. Esses dois factores acabam por ser mais importantes que grandes táticas de candidatos surpresa”, confessou.
Em alguns concelhos os candidatos são certezas, em outros estamos a trabalhar. Agora temos uma nova liderança no PS e é um tema que tem de ser discutido com o novo secretário geral. Vamos fazer as coisas com naturalidade. Em alguns concelhos temos uma aparente estabilidade e em outros uma visível vantagem. No entanto, na política não há muita estabilidade nem vantagem, por isso temos de fazer as coisas com sensatez e prudência, escolhendo as melhores pessoas. Mais difícil do que escolher os candidatos é ter listas consensuais para dar estabilidade a uma candidatura”, explanou, adiantando que em Paredes de Coura a escolha recai em Tiago Cunha, atual vice presidente. “Uma Câmara é uma equipa e costuma-se dizer que quando uma equipa trabalha bem não se muda. No caso de Paredes de Coura há muita estabilidade”, referiu.
Nas Câmaras de Caminha, Valença e Cerveira, o autarca socialista considera que o trabalho tem sido “bom”, com os presidentes a “criarem laços de confiança” com as pessoas. “Temos o caso do Rui Lage em Caminha, em que não era fácil substituir Miguel Alves, mas ele tem feito um trabalho de proximidade com as pessoas. É uma pessoa calma, com experiência política em gabinetes ministeriais, um candidato jovem e cheio de força. Portanto, sinto confiança que o PS vai acabar por ter um bom resultado. Em Valença, José Manuel Carpinteira tem mais experiência que nós todos juntos. Tem feito um bom trabalho, sobretudo na recuperação do orgulho e da identidade. Valença é um território mais urbano e com essas características é mais difícil a coesão, mas ele tem conseguido isso e os valencianos hoje têm mais orgulho na sua terra. Nesta primeira fase tem feito esse trabalho e está a preparar a parte dos investimentos. Em Cerveira, Rui Teixeira tem feito um trabalho muito bom, continua a apostar nas zonas industriais e está a acabar alguns projetos que, infelizmente, não foram concluídos no mandato anterior. É também um candidato jovem, cheio de força e com experiência na Câmara de Caminha e como administrador da ULSAM”, declarou. Apesar de afirmar que os três concelhos têm “candidaturas muito fortes”, Vitor Paulo Pereira alerta que é necessário “continuar a trabalhar porque nada está ganho”. “Temos de trabalhar e chamar gente nova. Dizem que os jovens estão afastados da política, mas no PS sinto que estão a aproximar-se”, garantiu. Relativamente ao antigo autarca de Caminha, Miguel Alves, afirmou que o seu regresso à política “só depende dele”. “Neste momento está feliz no trabalho que está a fazer. É um quadro ativo do PS, foi ilibado de todos os crimes e isso não pode ser uma carga no futuro”, concluiu.