Carlos Plácido vai agradecer os “pulmões novos” a pedalar de Viana a Lisboa

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O vianense Carlos Plácido, natural de Santa Marta de Portuzelo, vai pedalar até Lisboa como forma de agradecer o transplante pulmonar que lhe permitiu voltar a pedalar.
Carlos Plácido vai partir de Santa Marta com alguns amigos, entre os quais o carismático Rui Sousa, na próxima segunda-feira. No Museu do Traje, recebeu um incentivo extra para a jornada.
Carlos Plácido é um sobrevivente e um caso especial para a medicina. Vive com esclerose sistémica e sobreviveu a um transplante pulmonar, em plena pandemia. Diz que lhe custou mais superar a infecção de covid-19 do que o próprio transplante. Para agradecer a lufada de ar fresco que os “novos pulmões” lhe permitem respirar e mostrar que há vida depois do transplante, Carlos vai pedalar de Viana do Castelo até Lisboa, ou melhor, de Santa Marta (de Portuzelo) a Santa Marta (hospital).
Carpinteiro de 50 anos, natural de Vila Fria, Carlos Plácido começou a sentir-se doente há cerca de 10 anos. Na altura, pesava mais de 100 quilos. Numa caminhada habitual de domingo, Carlos e um amigo decidiram intercalar com pequenas corridas na praia do Cabedelo.
“A minha vida agora é normal, pinto quadros e tenho também uma coleção de motas antigas”, contou. Quando foi transplantado tomava 30 comprimidos por dia. Agora toma 12. Regularmente continua a ir a Lisboa às consultas e passou a andar de bicicleta eléctrica. Às quintas-feiras de manhã, costuma sair com um grupo de amigos e pedalar pela região. Já foram a Fátima e a Santiago de Compostela. E no próximo ano, Carlos quer ir a Lisboa de bicicleta para a sua consulta de rotina de junho. Por isso, está a organizar o seu grupo de amigos numa viagem a que chamou “respirar a vida”. Diz que teve essa ideia por causa de um sonho. A viagem será de quatro dias, com etapas entre Santa Marta de Portuzelo/Aveiro; Aveiro/Leiria; Leiria/Torres Vedras; Torres Vedras/Hospital de Santa Marta, Lisboa. “Daqui somos 10 pessoas a partir de Santa Marta, mas o meu objectivo é que mais pessoas que queiram, incluindo transplantados, se juntem a nós ao longo do percurso”, indicou Carlos. A Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal já apoiou a iniciativa e Carlos espera a ajuda de patrocinadores para conseguir divulgar a sua história de superação e agradecimento. “O meu objectivo é mostrar que há vida depois do transplante, que todos os transplantados são capazes de ter uma vida activa”, reiterou este transplantado, confirmando que agora dá mais valor à vida, à família e aos amigos.