Arquivado inquérito à morte de homem com pulseira verde no hospital de Viana do Castelo
O inquérito instaurado na sequência da morte de um doente com pulseira verde no hospital de Viana do Castelo seguiu para arquivamento por proposta do instrutor, que concluiu não ter ficado indiciado que o atendimento “mereça qualquer censura”.
“O instrutor do processo de inquérito concluiu que feita a análise crítica de todos os elementos recolhidos não ficou indiciado que o atendimento e acompanhamento do utente (…) no dia 17 de maio de 2024 mereça qualquer censura por parte de qualquer profissional hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo”, refere uma nota emitida pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).
De acordo com o relatório do processo de inquérito, instaurado no dia 21 e concluído a 27 de maio, o instrutor “propôs o arquivamento dos autos, o que foi aceite e homologado pelo conselho de administração da ULSAM”.
“Assim, entende o conselho de administração da ULSAM, sem prejuízo do que possa resultar do processo judicial que corre os seus termos, que o atendimento do utente no serviço de urgência no Hospital de Santa Luzia, no passado dia 17 de maio, que infelizmente faleceu, situação que se lamenta, terá decorrido de acordo com as boas práticas clínicas e as regras das ‘legis’ ‘artis’ aplicáveis”, acrescenta a nota.
No dia 17 maio, Manuel Ricardo Costa, de 57 anos, morreu na urgência do Hospital de Santa Luzia, cerca de sete horas depois de lhe ter sido atribuída pulseira verde na triagem, para situações menos urgentes, que podem aguardar por atendimento durante um período de 120 minutos. A família da vítima, natural de Deão, acusou o hospital de Viana do Castelo de negligência por, alegadamente, ter desvalorizado as queixas de dor no peito e no braço do utente, atribuindo-lhe uma pulseira verde no serviço de urgência. Segundo a família, Manuel Ricardo Costa esteve mais de três horas à espera para ser atendido, quando caiu inanimado em plena sala de espera. O óbito foi confirmado poucas horas depois.