Santoinho casamenteiro

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A festa da cor, luz e alegria voltou para mais uma época de arraiais e, a poucos dias da celebração do S. António, foram várias as noivas que escolheram o Santoinho para fazer despedidas de solteira. As histórias de amor associadas àquele que é considerado “o maior arraial minhoto do país” são tantas que o Santoinho consegue ombrear com o S. António pelo título de maior casamenteiro. 

Com uma coroa de flores na cabeça, Mariana Moreira juntou um grupo com 15 amigas e colegas de trabalho e, numa das mesas de pedra com vista privilegiada para o centro do arraial, festejou o fim da sua vida de solteira. Noiva de Jordão Cardoso, jogador do Vianense, Mariana escolheu o Santoinho “pelo convívio”. “Antigamente, vinha muitas vezes ao Santoinho com a minha mãe, era quase uma tradição. Agora venho menos, mas continuo a gostar da festa, do arraial minhoto que é muito agradável”, referiu a noiva vianense. 

Com um véu branco preso no cabelo, Vanessa Rodrigues foi das noivas mais animadas a dançar no centro do arraial com o seu grupo de amigos. Esta noiva vianense de 33 anos fez a despedida de solteira com o seu futuro marido. “De manhã fomos aos karts e à noite viemos aqui porque é o maior arraial, é na minha terra e é o sitio mais fixe para nos divertirmos”, afirmou a noiva que vai casar no S. João. “Aqui vive-se um ambiente em que a idade não interessa, as pessoas puxam umas pelas outras, há alegria, comida boa e champarrião”, gracejou. 

De Serreleis, Valentina Damião também escolheu o Santoinho para festejar o fim da sua vida solteira. “Já há muitos anos que não vinha aqui. Agora para a despedida de solteira decidi voltar, juntar familiares e amigos e festejar neste arraial muito porreiro”, contou a noiva, acompanhada com um grupo de oito familiares e amigas. “O Santoinho traz-me boas recordações porque foi aqui que celebrei os meus 10 anos de aniversário com a minha prima. É giro voltar aqui e estarmos todos juntos outra vez”, afirmou. 

O primeiro arraial do ano manteve-se fiel ao programa que António Cunha pensou há mais de 50 anos e que, durante os próximos meses, promete atrair, semanalmente, centenas de pessoas a Darque. Coube ao Grupo Etnográfico da Areosa a animação do primeiro arraial e Alberto Rego, presidente do grupo, confirmou que “é bom regressar ao Santoinho”. “Este arraial faz parte da nossa vida, somos um dos grupos residentes e temos muito orgulho em contribuir para o sucesso do Santoinho”, afirmou o dirigente, frisando que nesta festa “nunca há um espectáculo igual”. “Quem faz o espectáculo é o público e aqui o público é sempre diferente, portanto, o que produzimos também é sempre diferente”, elucidou.