Vilar de Mouros vai viver “quatro dias de muito boa música e alegria” no “festival democrático”
O Festival CA Vilar de Mouros começa já amanhã, com um primeiro dia dedicado à música portuguesa e totalmente gratuito, convidando o público a celebrar o decano dos festivais de música na Península Ibérica. Esta terça-feira, a organização promoveu uma visita ao recinto que já está a ser preparado desde o início do mês para receber milhares de festivaleiros.
Paulo Ventura, da organização, desde 2016, confessou que montar este festival “nunca foi fácil”, mas corresponde a “uma grande vontade da Câmara de Caminha e da Junta de Vilar de Mouros”, à qual, mais tarde, se juntou o Crédito Agrícola. Desta forma, o organizador agradeceu às três entidades por permitirem que o festival “se realize, cresça e possa ultrapassar as passas do Algarve”. “Foi muito duro chegar aqui, depois do cancelamento de artistas e de não termos conseguido contratar artistas que achávamos que íamos conseguir apresentar este ano. Mas a verdade é que poria o cartaz deste ano no meu top 3 e temos muitas expectativas de realizar um festival bonito, cheio de muita alegria”, confessou Paulo Ventura, reconhecendo o trabalho de todos os que têm ajudado a montar as estruturas do festival desde o início do mês. “Temos um dia gratuito porque não quisemos desistir. Era muito fácil atirar este primeiro dia abaixo, não o fazer, mas nós não somos isso e o Vilar de Mouros não é isso. Vilar de Mouros não é desistir”, vaticinou, considerando que o primeiro dia do festival “é tão importante como os outros dias do festival”.
Questionado sobre a venda de bilhetes, Paulo Ventura admitiu que não se registou o “fenómeno” que aconteceu com James, na edição anterior, devido ao cancelamento do concerto de Queens of Stone Age. “Mas está a correr normalmente, em linha com os anos anteriores, nos dias normais do festival”, disse, antecipando casa cheia esta quarta-feira, “com 24 ou 25 mil pessoas”. “Bem, na verdade, não sei muito bem o que vai acontecer amanhã, acho que vai ser um dia maravilhoso, cheio de gente aqui, mas como nunca se fez isto, não sabemos o que vai acontecer. Nos outros dias, vamos estar em linha com o que o festival tem sido nos últimos anos”, declarou.
Rui Lages, presidente da Câmara de Caminha, antecipa “quatro dias de muito boa música e alegria em Vilar de Mouros”, considerando o presidente da Junta de freguesia como “um grande amigo do festival”. “É disto que este festival vive: grande amizade, muitas convivências e história. É isso que desperta o interesse dos festivaleiros”, afirmou, considerando que este é um “festival democrático”. “Se conseguimos promover a participação das famílias, das pessoas que gostam do festival e daquelas que não viriam e têm a oportunidade de ficar a conhecer o recinto, é sempre uma mais valia para todos. Atraímos mais pessoas a Vilar de Mouros, criamos mais economia local numa parceria virtuosa”, acrescentou.
“De pé, forte, coeso, vivo”
Carlos Alves, presidente da Junta de Vilar de Mouros, aplaudiu a realização de mais uma edição do festival. “Desde que, em 1996, comigo já na Junta, demos um passo importante para a revitalização do festival, já fizemos um longo percurso, o festival está de pé, forte, coeso, vivo, com a ajuda de muitas pessoas. É uma grande satisfação e alegria para a freguesia”, afirmou.
Isabel Matos, do Crédito Agrícola, patrocinador principal do festival, lembrou que há 24 anos a instituição bancária patrocinou o evento. “Algo que foi muito inovador, mas não é de estranhar porque o Crédito Agricola é um grupo financeiro, cooperativo que se esteve pelo país e tem a maior rede de agências do pais. A Caixa do Noroeste nunca deixou de acarinhar este festival, de tal maneira que tem uma caixa de ATM em Vilar de Mouros”, salientou a representante, frisando que o CA “está como sempre esteve próximo destas regiões”.