“Podemos vir a dispensar um patrocinador oficial das Feiras Novas”

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Desde criança que Vasco Ferraz está habituado a descer a rua da Vacaria, hoje designada de João Rodrigues de Morais, para ir às Feiras Novas, mas naquela altura nem lhe passava pela cabeça que 40 anos depois seria presidente da Câmara de Ponte de Lima, até porque o principal objectivo de então era chegar ao ponto de encontro com os amigos nos matraquilhos e depois aproveitar ao máximo a festa. Em plena semana de Feiras Novas, Vasco Ferraz voltou a fazer o percurso da infância com o olhar de quem já não é tão inocente como aquele menino, neto de comerciantes, que jogava à bola na rua, corria pelo areal no meio dos lençóis a secar e ativara-se da ponte medieval para o rio. Por entre as memórias de uma infância feliz, o autarca de 45 anos falou sobre o passado e presente das Feiras Novas, constatou a conclusão das obras na rua General Norton de Matos, conhecida de todos como rua do Pinheiro, adiantou que está para breve a criação um novo horizonte numa das principais entradas da vila e confessou que tem saudades de ver o areal como existia na sua infância. 

Apesar de ser um jovem autarca, Vasco Ferraz considera que já assistiu a uma evolução no conceito das Feiras Novas. “As Feiras Novas agora são mais comerciais. Vendemos as Feiras Novas pelas tradições, mas também pela vida nocturna e isso comercializou-as muito mais, aliás, o patrocinador oficial da festa encarrega-nos de pensar isso”, constata o autarca, admitindo que, fruto da gestão da actual Associação Concelhia das Feiras Novas, a organização da festa possa tornar-se mais “independente” do ponto de vista financeiro. “A gestão das Feiras Novas tem-se tornado economicamente mais viável e, daqui a alguns anos, podemos vir a dispensar de um patrocinador oficial. E isso é fruto do trabalho da Direção da Associação Concelhia, que tem tido algumas políticas determinantes, com uma gestão mais apertada, à semelhança da gestão que temos feito na Câmara”, afirmou o autarca, convicto de que as Feiras Novas, orçadas em mais de meio milhão de euros, “nunca serão auto-sustentáveis”. “Sei que a Direção da Associação Concelhia das Feiras Novas está a fazer um pé de meia para, no próximo ano, quando fazemos 900 anos de vila, e em 2026, quando a festa faz 200 anos, podermos ter alguns momentos com dignidade acrescida que vai custar mais dinheiro”, desvendou.