“Vamos estar todos em filinha…”
O optimismo reina entre os quatro canoístas portugueses que competem no sábado nos Mundiais de maratonas, em Metkovic, na Croácia.
“Depois de tantos anos e tantas medalhas, não faz sentido vir para participar ou para lutar por um lugar honroso… com 42 anos não estaria aqui a fazer isto. Quando se tira medalhas quer-se sempre mais medalhas e é isso que venho fazer a Metkovic”, frisou José Ramalho, em declarações à Lusa.
O vila-condense tem sete títulos europeus em K1, na prova longa, contudo ainda não conseguiu o mesmo no Mundial, apesar de já ter sido campeão, mas em K2, juntamente com Fernando Pimenta.
O segredo para um bom desempenho no desafio de 29,8 quilómetros passará por “lutar pelas ondas da frente”, uma vez que a forte corrente do rio condiciona a competição, impedindo um leque alargado de atletas ou ultrapassagens.
“Vamos estar todos em filinha, será escusado vir para o meio do rio para ganhar posições, pois a corrente é imensa e vai condicionar. É ter uma boa largada para estar na dianteira na primeira rondagem, a uns 1.600 metros. Contra a corrente, junto à margem só dá espaço para três ou quatro barcos. Vai tornar a prova muito intensa, dura, agressiva, com todos a tentar chegar-se à frente para comandar e manter o ritmo alto”, ilustrou.
Em K1 feminino, Maria Rei, que só há dois meses se estreou em competições internacionais de maratonas, não aceitaria, de antemão, o mesmo quarto lugar com o qual surpreendeu na ‘short race’, perdendo somente para três campeãs do mundo.
“Apetece-me lutar. Se fosse quarta, seria um ótimo resultado, mas prefiro ir à luta e tentar ir com elas mais tempo e lutar outra vez por outro lugar”, vincou, sobre a regata de 26,2 quilómetros.
A falta de experiência em maratonas condicionou o seu desempenho nas portagens [sair da água e carregar o caiaque uns 200 metros até voltar a entrar no rio], nas quais perdia sempre terreno para as adversárias.
“Ainda não estou muito à vontade na parte das portagens. Melhorei a entrar e sair, porém a correr fico um pouco para trás. No sábado espero conseguir correr um pouco mais…”, desejou, a sorrir.
Rui Lacerda teve uma má largada na ‘short race’ que contribuiu para ter sido apenas 10.º, pelo que na regata longa o objetivo é “melhorar” essa atuação.
“O sonho continua ativo, sair com uma medalha dos mundiais e tenho mais duas provas para fazer, pelo que vou lutar por elas. As expectativas são altas, mas sei que os meus adversários estão mais fortes. Espero que a minha condição física me permita discutir as primeiras posições com eles”, disse o vice-campeão da Europa, sobre o evento de 22,6 quilómetros.
João Sousa será o único júnior em ação, num K1 vice-campeão da Europa em 2023 com “expectativas sempre altas”, já que treinou para “um pódio”, pelo que espera poder mostrar na água todo o seu “valor” ao longo dos 22,6 quilómetros.
“Sou muito perfeccionista. Insisto até sair bem. Temos de estar bem no dia para fazermos coisas extraordinárias. Tomo decisões certas, sou inteligente e persistente”, disse, confiando que essas qualidades o ajudarão a atingir o sonho.
Até ao momento, Portugal conquistou uma medalha, a de ouro, por Maria Luísa Gomes, na prova longa de K1.
Programa dos canoístas portugueses nos Mundiais de maratonas:
– Sábado, 21 set:
Finais
Seniores:
07:15 K1 Maria Rei (26,2 km).
09:40 C1 Rui Lacerda (22,6 km).
15:10 K1 José Ramalho (29,8 km).
Juniores:
13:00 K1 João Sousa (22,6 km).