“Faz-me acreditar que é possível um dia sermos campeões do Mundo”

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Os canoístas Rui Lacerda e Ricardo Coelho exultaram com a medalha de bronze na prova de C2 dos mundiais de maratonas da Croácia, o estímulo perfeito para o próximo sonho, atingir a de ouro.

“Foi uma época muito difícil, muito trabalho e muito treino. O objetivo é sempre lutar por medalhas nos mundiais e sair daqui com duas é o princípio de um sonho tornado realidade. Faz-me acreditar que é possível um dia sermos campeões do Mundo”, disse, à Lusa, Rui Lacerda, um dia após ter sido bronze em C1.

Rui Lacerda e Ricardo Coelho concluíram os 29,8 quilómetros do seu percurso em 01:38.15,74 horas, sendo superados pelos polacos Mateusz Zuchora e Mateusz Borgiel (01:36.56,71) e pelos espanhóis Jaime Duro e Óscar Grana (01:37.26,03), ouro e prata respetivamente.

“Foi uma prova muito dura. Mais uma vez, mais de metade em contrarrelógio. Não conseguimos agarrar os dois da frente, foram mais rápidos, taticamente jogaram melhor e ficaram isolados. Mas fomos sempre a acreditar que era possível e, depois de uma época muito difícil, conseguimos atingir o nosso objetivo que era uma medalha nestes mundiais”, congratulou-se o bombeiro Rui Lacerda, de 32 anos.

O engenheiro eletrónico Ricardo Coelho, de 25 anos, diz que o terceiro lugar lhe “sabe a ouro”, já que é a sua primeira medalha em mundiais, “ainda por cima no escalão sénior”.

“Estou muito feliz. É uma boa história a que ainda temos pela frente”, sublinhou, recordando o “muito sofrimento” que foi superar as condições adversas do rio em Metkovic para se conseguirem juntar ao duo da frente, antes de voltarem a perder o contacto.

“Quando ficámos sozinhos, em terceiro, foi encontrar o nosso ritmo e mantê-lo até ao fim”, ilustrou, saboreando a recompensa da dupla que, quase diariamente, vai para o rio treinar por volta das seis da manhã, para poder conciliar o trabalho com a alta competição.

Esta foi a quinta medalha de Portugal nos mundiais de maratonas, depois do ouro dos juniores Maria Luísa Gomes, em K1, e João Sousa e Francisco Batista, em K2, bem como a prata de José Ramalho em K1 e do bronze que Rui Lacerda já tinha em C1.