Filme sobre as Cantadeiras do Vale do Neiva vence prémio internacional

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“Cantadeiras do Vale do Neiva”, o mais recente filme do realizador Flávio Cruz, com direção de fotografia de Luís Lagadouro e banda sonora de Daniel Pereira Cristo e João Gigante, ganhou o Prémio de Melhor Documentário no Art&Travel International Film Festival, na Geórgia.

Trata-se de um trabalho sobre a associação cultural que dá nome ao filme, com especial enfoque no seu fundador, Manuel Delfim Pereira, que recolheu cerca de 200 cantigas ao longo do rio Neiva, em Viana do Castelo.

Graças ao seu imenso esforço em registar a imaterialidade do território, deixando distintos e múltiplos arquivos com  enfoque na música, ainda hoje é possível ouvir muitas das canções cantadas no passado, aos serões, no trabalho dos campos, do mar e do rio, para aliviar a dor e nos percursos para as romarias ou para trabalho.

O filme conta também as histórias dos primeiros passos deste agrupamento, nascido em 1982, e como o cantar se transformou na parte feliz das vidas dos seus componentes.

“Vencer este prémio na Geórgia, onde o secular canto polifónico à capela, reconhecido como Património Cultural Imaterial da Humanidade, ocupa um lugar tão importante na vida da sua população, é mesmo muito especial”, reagiu Flávio Cruz, após tomar conhecimento de mais este prémio.

Recorda-se que Flávio Cruz é realizador de Cinema, licenciado pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo – ESMAE, no Porto e atualmente é docente no Instituto Politécnico de Viana Castelo. Flávio Cruz, foi, igualmente, o produtor e realizador do filme “Havemos de Ir Viana” que já venceu 17 prémios a nível internacional. É, igualmente, autor do filme “Herança” e dos filmes promocionais de 2023 e 2024 da Romaria d’Agonia.   

As Cantadeiras do Vale do Neiva integram a Associação de Canto a Vozes – Fala de Mulheres, criada em 2020, para defesa dos interesses dos grupos que cantam reportório tradicional a três e mais vozes, parte integrante do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Curiosamente, o documentário foi exibido no sábado passado, em simultâneo, na sala experimental do Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, e no Cinema Amirani, em Tbilisi, Geórgia.