Vila Nova de Cerveira corta BCP
O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira anunciou o fim de relações comerciais com o Millennium BCP, por considerar que o encerramento do balcão local é “lesivo” para o desenvolvimento do concelho. “Perante a decisão unilateral do Millennium BCP, lesiva para o desenvolvimento de Vila Nova de Cerveira, a Câmara Municipal vai cancelar as relações comerciais que mantém com o banco, nomeadamente avançar com o corte imediato das contas à ordem”, refere Fernando Nogueira, do movimento independente Pensar Cerveira, que explica que a decisão “unilateral” de encerramento do balcão de Vila Nova de Cerveira “ficou clara” nas três reuniões realizadas este mês, na Câmara Municipal, com responsáveis do banco. Para Fernando Nogueira, com o corte de relações comerciais entre a autarquia e o banco fica assegurado “o princípio do município de trabalhar preferencialmente com instituições de crédito instaladas no concelho”. “O concelho de Vila Nova de Cerveira tem um forte dinamismo empresarial que, só em volume de exportações, ronda os 700 milhões de euros (dados referentes a 2017) e que antes da pandemia de covid-19 empregava mais de 4.300 trabalhadores, além de que é de conhecimento público que a instituição Millennium BCP tem uma forte presença de emigrantes que depositam grande confiança nesta relação de proximidade”, sustenta a autarquia.
Segundo o município, “os bancos em Portugal são entidades privadas e, portanto, com gestão própria e objetivos empresariais definidos”, mas “mesmo assim devem perseguir objetivos sociais pois, quando por qualquer razão, as coisas não correm bem neste domínio, é o Estado – por consequência, todos os contribuintes – que é chamado a resolver problemas considerados graves e onerosos para os portugueses”. “Os serviços bancários são essenciais e a proximidade física é condição fundamental para o seu fácil acesso e relação de confiança entre o cliente e a instituição”, acrescenta.
O presidente da Câmara manifesta ainda o seu “total desagrado e surpresa para com esta decisão, cujos critérios saem da esfera do entendimento público, assentando aparentemente em pressupostos administrativos, não considerando a importância estratégica deste serviço de proximidade para munícipes particulares e para empresários”.