“O Gil Vicente faz bem a Barcelos!”

0
91

LEIA TUDO NESTA EDIÇÃO DO “ALTO MINHO”

Joaquim Fernandes é um nome conhecido entre os sócios do Gil Vicente. Nascido e criado em Barcelinhos, Joaquim carrega uma paixão que começou com pouco mais de 10 anos e mantém-se viva até hoje. “Na altura, eu ia ver os jogos para cima do muro do cemitério, nós não tínhamos dinheiro, então era a única maneira de vermos o Gil jogar”, relembrou o adepto de 72 anos, que tem guardado religiosamente todos os bilhetes dos jogos.

O adepto é o sócio número 231 e uma presença assídua no Estádio Cidade de Barcelos. “Já tenho o meu lugar marcado e tudo. O meu sítio é mesmo ao lado da claque do Gil Vicente, na bancada do lado oposto da principal. Vou sempre eu, o meu neto e o meu filho, eles também já são sócios”, revelou. O neto de Joaquim, apesar de também simpatizar com o FC Porto, coloca sempre o Gil Vicente em primeiro lugar. “O meu neto diz sempre que primeiro está o clube da terra e depois vêm os outros”, confirmou, dizendo que a namorada do neto não acha muita piada nos confrontos entre o Gil e o Porto. “Ela é portista e fica tola se o Porto perde”, gracejou.

Em reconhecimento pelos seus longos anos enquanto sócio, Joaquim já foi distinguido com a medalha de prata do clube e espera receber a medalha de ouro pelos meio século de ligação ao emblema gilista. “Sou sócio há mais de 40 anos, devo estar para receber a de ouro daqui a meia dúzia de anos”, disse, sem dar grande importância a estes reconhecimentos formais, mas com a certeza de que a sua ligação ao clube é algo que transcende qualquer homenagem.

Apesar das adversidades, Joaquim guarda memórias especiais do percurso do Gil Vicente e um dos momentos que mais o marcou foi a subida à I Divisão. “Ainda me lembro como se fosse hoje, na Póvoa de Varzim, foi lindo de se ver. Nós nem precisávamos da vitória, por isso é que muito pessoal aqui de Barcelos foi para lá sem bilhete porque já sabiam que a festa ia ser garantida”, recordou, com os olhos brilhando de emoção.

Entre as memórias do antigo Estádio Adelino Ribeiro e o orgulho pelo novo Estádio Cidade de Barcelos, Joaquim Fernandes vê o Gil Vicente como um símbolo de ligação à terra. “Gostava muito de ver os jogos lá no Adelino Ribeiro, mas prefiro muito mais ver agora no novo. Para além de se ver muito melhor, é muito mais bonito. O Gil Vicente faz bem a Barcelos e nota-se uma ligação entre o clube e a cidade”, reconheceu, destacando a qualidade do relvado e as melhorias recentes no sistema de iluminação, que tornam o estádio comparável aos grandes palcos do futebol nacional.

Para o adepto é essencial relembrar o passado e rir das aventuras vividas, no entanto, não vira a cara ao presente e afirmou estar satisfeito com a prestação da equipa dos galos. “O Gil tem jogado muito bem. Penso que o Bruno Pinheiro tem feito um bom trabalho até agora. Não temos ganho, mas temos somado pontos e isso é que é importante”, afirmou, visivelmente orgulhoso. “Fiquei todo contente quando o Braga veio aqui a Barcelos empatar, mesmo sabendo que tivemos a oportunidade para ganhar”, concluiu, convicto de que a equipa gilista irá fazer uma boa época.