“Queremos que os nossos alunos sejam sensíveis às diferenças”

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Os utentes do pólo de Ponte de Lima da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) tiveram uma manhã diferente na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima, onde praticaram desporto adaptado. A atividade, inserida no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, resulta de uma parceria entre as duas instituições para promover a inclusão.

“Já tinha vindo nos outros anos e gosto muito. Sempre dá para conviver com outras pessoas e praticar algum desporto. Experimentei, pela primeira vez, jogar basquete”, afirmou Duarte Silva, utente de 32 anos. “É muito bom sair um bocadinho da APPACDM para ver novos sítios e espairecer um bocadinho”, afirmou, por sua vez, Flor, utente de 39 anos, que ia jogar boccia. “Estou ansiosa por jogar. Sempre dá para mexer um bocadinho”, brincou.

Depois das atividades, os utentes tiveram a oportunidade de degustar um pequeno almoço servido pelos alunos do curso profissional de Técnico de Restaurante e Bar da Escola Profissional, que tem uma disciplina de Turismo Inclusivo na Restauração. “Uma das valências da disciplina é ensinar os alunos a adaptarem-se a todos os tipos de público. Existem pessoas que têm algumas necessidades e os alunos têm que ter essa noção e perceção para prestarem um serviço ajustado a essa realidade quando entrarem no mercado de trabalho”, explicou o professor Hugo Silva.

“Na disciplina de Turismo Inclusivo aprendi como se deve atender as pessoas com necessidades especiais e identificar se o cliente tem alguma deficiência antes de falar connosco. Também nos ensinaram como devemos adaptar um estabelecimento para os clientes não se sentirem excluídos”, referiu Liana, aluna de 17 anos, que esteve a ajudar a servir o pequeno-almoço.

As atividades foram organizadas pela equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva da escola profissional para assinalar o Dia da Pessoa com Deficiência. “Pretendemos sensibilizar a comunidade para os desafios que as pessoas com deficiência têm de ultrapassar. Queremos que os nossos alunos sejam sensíveis às diferenças e percebam que uma pessoa com deficiência não é menos do que as outras. Conseguem fazer as mesmas atividades, desde que sejam adaptadas”, enquadrou Rute Alves, uma das professoras responsável pela atividade, indicando que a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima tem alunos com necessidades especiais. “A nossa política é que necessidades temos todos e o que nós fazemos é ajustar as necessidades de cada um”, partilhou a docente.

Sofia Vítor, terapeuta da APPACDM de Ponte de Lima, congratulou-se com a iniciativa. “É uma oportunidade de os alunos fazerem atividades em comunidade e desafiarem os seus limites e capacidades. Também é uma forma de mostrar à comunidade que os utentes de uma APPACDM conseguem atingir os mesmos objetivos desportivos se devidamente treinados para isso”, frisou, considerando que a parceria com a escola “tem dado frutos ao longo dos anos”. “Os frutos são a alegria e o divertimento das duas partes. Somos sempre bem recebidos e tentamos sempre corresponder”, frisou a terapeuta.