Amigos evocam “Zé Micamé”

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Um grupo de amigos e familiares recordou e prestou homenagem a José Manuel Dantas de Melo, o artista limiano conhecido por Zé Micamé, que faleceu há 50 anos, garantindo que “apesar de um aparente esquecimento, nunca deixou de estar na memória das pessoas que com ele lidaram”.
“Muito se falou, muito mais se dirá sobre o Zé Micamé que ganhou este apelido de sua mãe. Não temos memória de outro tratamento, era com essa proximidade que lidava com os amigos e desta maneira sempre se entendia com todos. Gostava dos mais desprotegidos, das crianças, dos mendigos e até dos animais. Não tinha medo de nada. Tratava o rio, as ruas e praças por tu, enfrentava a “Vaca das Cordas” como se o touro fosse um bezerro”, recordaram os amigos, vincando que cresceram a “admirar esse misto de generosidade e destemor”.
“A liberdade que sempre sonhou tinha expressão na permanente inquietação. Lugares fechados e rigores de mestres não o faziam feliz. O caminho que escolheu iluminou os melhores anos da sua curta existência. A arte e a liberdade chegaram quase ao mesmo tempo. Na escultura pôde expressar o que lhe ia na alma e por lá “Retratou tudo o que gostava e mais o que necessitava para sobreviver. Deixou marca do seu enorme talento nos retratos que fazia. As crianças, os desfavorecidos da sorte e os animais voltam a preencher a sua vida. O que guardava da infância e dos primeiros anos da adolescência vem povoar a sua expressão artística”, realçaram, frisando que, apesar de ter falecido a 13 de fevereiro de 1975, com apenas 26 anos, a sua obra perdurou no tempo, apontando como exemplo a exposição na Torre da Cadeia Velha organizada pela Comunidade Artística Limiana em setembro de 2015 ou o mural, por baixo da ponte Nossa senhora da Guia, mandado pintar pelo Município de Ponte de Lima num gesto de conhecimento, mostrando a imagem descontraída de um artista que “ficou a meio de um caminho que seria notável”.
“Zé Micamé não viveu muito tempo. A vida mede-se,  mas o talento não tem limites e é aqui que reencontramos o nosso amigo, e todos voltamos a partilhar as inquietudes e os anseios de uma geração que o Zé personificou à perfeição. Apesar de partir demasiado cedo, a sua obra e atitude inconformista marcaram de forma positiva a sua passagem pela vida, razões mais que justas para esta merecida recordação”, sustentaram. “Zé Micamé não viveu muito tempo. A vida mede-se, mas o talento não tem limites e é aqui que reencontramos o nosso amigo, e todos voltamos a partilhar as inquietudes e os anseios de uma geração que o Zé personificou à perfeição. Apesar de partir demasiado cedo, a sua obra e atitude inconformista marcaram de forma positiva a sua passagem pela vida, razões mais que justas para esta merecida recordação”, sustentaram.