Herdei dívidas? Saiba quem realmente tem de pagar!

0
37

Muitas pessoas desconhecem que, ao herdar bens de um familiar falecido, podem também ser confrontadas com encargos financeiros. Será que os herdeiros são obrigados a pagar todas as dívidas do falecido? A resposta não é tão linear como parece, e compreender os seus direitos pode evitar decisões precipitadas e prejuízos desnecessários.

Imagine que um familiar falece, deixando uma casa e um empréstimo bancário. O que acontece aos herdeiros? São obrigados a assumir essa dívida ou podem renunciar à herança? No Minho, onde muitas famílias possuem imóveis e terrenos que passam de geração em geração, estas questões são frequentes e podem ter implicações jurídicas importantes.

As dívidas de uma herança não são transmitidas automaticamente aos herdeiros de forma ilimitada. O património do falecido é responsável pelo pagamento das suas obrigações e, se o valor das dívidas for superior ao dos bens deixados, os herdeiros não têm de assumir esse encargo pessoalmente. No entanto, ao aceitar uma herança sem avaliar previamente a sua composição, podem estar a aceitar também responsabilidades financeiras. Na QUOR Advogados, ajudamos a clarificar estas questões garantindo que cada herdeiro tome uma decisão informada antes de aceitar ou renunciar à herança.

Após o falecimento, um dos herdeiros assume o papel de cabeça de casal, ficando responsável pela administração dos bens da herança até à partilha. Este cargo implica a gestão dos bens, pagamentos e eventuais dívidas, mas não significa que o cabeça de casal tenha de pagar essas dívidas com os seus bens pessoais. Muitos herdeiros desconhecem esta regra e assumem compromissos financeiros que não lhes competem. Assim, antes de tomar qualquer decisão, é essencial procurar aconselhamento jurídico para avaliar os riscos e os melhores caminhos a seguir.

O Direito da Família e das Sucessões prevê mecanismos que permitem aos herdeiros aceitar a herança, aceitá-la a benefício de inventário (limitando a responsabilidade ao valor dos bens) ou renunciá-la, caso não haja interesse em assumir os encargos. O planeamento sucessório é também uma forma eficaz de evitar que os herdeiros enfrentem surpresas desagradáveis, garantindo que as obrigações financeiras sejam geridas com prudência e sem comprometer o património familiar.

Se está a lidar com uma herança e tem dúvidas sobre a existência de dívidas, não tome decisões sem informação. Conhecer os seus direitos e procurar aconselhamento pode evitar encargos inesperados e garantir maior segurança no processo. Afinal, herdar deve ser um direito e não um fardo.

Margarida Antunes