“Os homens não têm noção do que é andar na rua e sentir medo de um olhar”

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Os alunos Leonor Araújo e Rodrigo Pereira foram os protagonistas de uma simulação de audiência de um julgamento de um crime de violação, em Ponte de Lima, que pretendeu “desmistificar” preconceitos associados a esta temática, não só da parte da população como da própria magistratura. A performance juntou alunos da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima, uma juíza, uma procuradora do Ministério Público e advogados, numa iniciativa dinamizada no âmbito do projecto “A justiça vai em escola“, desta vez em parceria com a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas.
O auditório do Rio Lima transformou-se numa sala de audiências, para  “julgar” o caso de violação. A intervenção de Joana Melo, a vítima, esteve a cargo da aluna Leonor Araujo, que substituiu a colega que ficou doente no dia anterior à performance “Hoje não”. “Não tive muito tempo para ensaiar tudo, mas acho que até correu bem”, contou a aluna, desejando que o principal objectivo da iniciativa tenha sido alcançado. “As vítimas nunca mais são as mesmas depois de uma coisa destas e espero que esta iniciativa ajude a sensibilizar mais as pessoas, principalmente os homens”, declarou. A frequentar o 12º ano do curso de Técnico de Gestão Equina, a aluna de 18 anos revelou que ela própria sentiu os “preconceitos machistas” quando chegou à escola.