Canário: “Há pessoas doentes que se agarram à Senhora d’Agonia ou à minha música”

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Sentir que é uma “vitamina de optimismo” para as pessoas é o que continua a mover Augusto Canário. “A maior memória que posso guardar destes 25 anos é ver os sorrisos das pessoas em cada concerto. Durante alguns anos, o nosso técnico de imagem andou a fotografar sorrisos e temos sorrisos de velhinhas e velhinhos, só com um dente, que é algo completamente enternecedor. Dá-nos a certeza de que o caminho é este”, afirmou Augusto Canário. “Há pessoas doentes que se agarram à Senhora d’Agonia ou à minha música e acredito quando ouço pessoas a dizerem-me que se não fosse a minha música já tinham morrido. Eu também já estive doente e sei que nos agarramos às coisas que nos fazem bem”, confessou o cantador ao desafio, cuja nova música que estreou neste concerto espelha bem essa mensagem: “Tomei uma decisão para o que me resta da vida, viver de amor e paixão e com gente divertida. E penso que estou certo em viver a minha vida assim, eu só quero ter por perto gente que gosta de mim.”

Este espectáculo de celebração dos 25 anos começou a ser pensado em outubro de 2023, já com a intenção de preparar uma nova tour. “Continuamos a preparar cenários e imagens da nova tour, que se chama “Arraial Arraial”, que este espectáculo já apresentou. Mantemos a mesma matriz, mas com cenários de arraial, com arcos luminosos e cabeçudos, com homenagem ao Santoinho”, explicou o artista, que, no início desta semana, celebrou 65 anos. “Têm sido 25 anos de muito esforço e muito trabalho porque as coisas não caem do céu. Cada hora de espetáculo tem 20 horas de trabalho por trás, com muita gente envolvida”, sublinhou Canário, satisfeito por ver as novas gerações de cantadores a assegurar a continuidade dos cantares ao desafio.

A Tuna de Veteranos de Viana do Castelo, a banda filarmónica da Associação Musical de Vila Nova de Anha, a APPACDM, Fernando Correia Marques e Gisela João associaram-se a este concerto comemorativo, que juntou também amigos da Galiza, numa celebração da união luso-galaico, ao som da gaita de foles e da sanfona. Os grupos de folclore de Viana do Castelo também estiveram presentes e espalharam a dança desde o palco até às bancadas do Centro Cultural. “Surpreendeu-me a generosidade destes grupos que trouxeram cerca de 20 pares de grupos folclóricos do Alto Minho, foi muito bonito de ver e sentir. É sinal de que as pessoas me respeitam tanto como nós as respeitamos”, comentou Canário, que viu ainda o seu “malhão” inspirar dança contemporânea da Academia Arte em Movimento. “O Quim Barreiros não pode estar cá porque não está em Portugal, mas já me mandou um abraço e mensagem”, partilhou Canário.