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“Atlético dos Arcos tem potencial para estar no Campeonato de Portugal com jogadores formados no clube”
Marco Cardoso, de 46 anos, já tem uma enorme bagagem no futebol de formação. Foi jogador, treinador, dirigente e presidente do Raianos e treinador e coordenador do Guilhadeses. Atualmente é treinador dos juniores do Atlético dos Arcos e faz parte da equipa de scouting do SC Braga. Está na primeira temporada no Atlético dos Arcos, clube que considera ser a “referência” do concelho no futebol.
Marco Cardoso abordou as principais diferenças entre o Guilhadeses e o Atlético. “O Guilhadeses tem a vantagem de não ter seniores e toda a verba do clube é canalizada para a formação. Já o Atlético é um clube de grande dimensão, um dos maiores do distrito, que em poucos anos já ganhou muita coisa, com um percurso vitorioso. Tem excelentes condições, que infelizmente não são do clube e tem de partilhar com o rugby, o que dificulta a dinâmica do clube. No entanto, olho para o Atlético e vejo um clube com potencial para estar no Campeonato de Portugal e com jogadores formados no clube”, garantiu, destacando a boa relação que existe entre os vários escalões do clube. “Tenho uma boa relação com o treinador da equipa sénior, Fernando Rego, e uma amizade antiga com o Bonera. Também tenho boa relação com o Amaral, que é o coordenador e trocamos muitas ideias sobre o futebol. Já foram seis ou sete convocados aos seniores e um guarda-redes até esteve no banco de suplentes no jogo da Taça de Portugal, mas ainda nenhum se estreou a jogar. Aos treinos dos seniores já foram muitos jogadores, inclusive os de primeiro ano. O meu primeiro objetivo como treinador dos juniores é formar jogadores para os seniores, se isso implicar perder um ou outro jogo dos juniores eu aceito porque o mais importante são os jogadores e o clube”, notou.
Sobre o presidente Pedro Teixeira, elogiou a ambição que tem em fazer crescer o clube. “Já fui presidente de um clube há muitos anos e sei as dificuldades que isso acarreta. Passei por vários cargos e dá-me uma visão diferente dos outros treinadores. Do presidente posso dizer que é de louvar apenas o facto de manter o clube em atividade, mas ele faz mais do que isso, faz crescer o clube de ano para ano. As pessoas não têm noção que o presidente tem de estar sempre disponível todos os dias para as pessoas que trabalham no clube. Quando as coisas correm bem ninguém se lembra do presidente, mas quando corre mal é o primeiro a ser criticado”, afirmou.
Uma das ideias arrojadas que Marco Cardoso tem para a formação em Arcos de Valdevez é a troca de treinadores pelos vários clube do concelho. “Existe alguma rivalidade entre os clubes, mas é mais dos adeptos e pais do que propriamente entre treinadores ou dirigentes, acho que há espaço para todos. Sou da opinião que deve haver uma rotatividade de treinadores pelos clubes do concelho para experimentarem outras vivências e fazerem a ligação entre os clubes. Agora faço essa reflexão e acho que devia ter passado por mais clubes. Se todos os treinadores evoluírem com essa experiência ficam a ganhar os treinadores, os clubes e o concelho de Arcos de Valdevez. Também acho que as pessoas devem olhar para o Atlético como o clube referência, o que tem mais história e melhores condições”, alegou.