A “grande tradição” do Lanço da Cruz de Valença foi imortalizada na filatelia portuguesa

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Depois de S. Teotónio e da Fortaleza de Valença, os CTT inspiraram-se na tradição transfronteiriça do Lanço da Cruz para emitir mais quatro selos, que foram apresentados no Arquivo Municipal, em pleno período pascal.

Maria de Lurdes Além, responsável pelo canal da filatelia dos CTT, admitiu que o Minho tem vindo a ser, “há muito tempo”, uma “inspiração” para a filatelia. A responsável lembrou que a primeira emissão de selos inspirada em Valença foi em 1958, com a rainha Santa Isabel, destacando a figura de São Teotónio, pelo “apoio prestado aos cativos resgatados por D. Afonso Henriques numa incursão a Andaluzia”. “Em 2023, elaborou-se a emissão dos castelos e fortalezas da raia, ficando registada a fortaleza de Valença, numa homenagem ao sistema defensivo erguido ao longo da linha que separa Portugal e Espanha” e, em 2024, os CTT destacaram, também, a tradição das pesqueiras do Minho.

“No caso de Valença, a cidade tem marcado presença na filatelia portuguesa através de emissões, que enaltecem o seu património histórico, religioso e cultural, testemunhando a riqueza identitária desta terra raiana”, considerou a diretora do canal filatélico. Assim, este ano, foi lançada uma carteira de selos personalizados para simbolizar a “grande tradição” do Lanço da Cruz. “Os CTT devem contribuir para ajudar a que a História e os acontecimentos históricos prevaleçam e, a partir de agora, oficializa-se este evento pascal transfronteiriço, contribuindo para a sua promoção, não só em Portugal, mas no mundo”, expressou Maria de Lurdes.

O presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, demonstrou o orgulho e agradecimento aos CTT pela elevação desta tradição, enaltecendo a sua “valorização e afirmação” para o concelho e para a região. O autarca salientou a importância desta singular e secular tradição pascal transfronteiriça que se celebra, sempre, na segunda-feira de Páscoa, por “aproximar as populações portuguesas e espanholas”, entre Cristelo Côvo e Sobrada, em Tomiño.

O presidente da União das Freguesias de Valença, Arão e Cristelo Covo considerou este conjunto de selos como mais um passo para “consolidar o trabalho feito pela Comissão Fabriqueira de Cristelo Covo” na promoção do evento Lanço da Cruz. Candidato a Património Cultural Imaterial, o Lanço da Cruz é “uma referência do concelho, que agrega muita gente”, salientou o autarca local.