
Obrigado, Francisco.
Esta semana, o mundo ficou mais silencioso. A notícia da morte do Papa Francisco marca o fim de uma presença que, mais do que ocupar um cargo, tocou vidas com simplicidade, coragem e coerência. Não se tratou apenas da partida de um líder espiritual. Partiu alguém que nos habituámos a ouvir com atenção — mesmo quando falava baixinho.
Desde o primeiro instante, Francisco escolheu um caminho claro: estar ao lado dos que sofrem, dos que caem, dos que ninguém escuta. Preferiu a proximidade ao protocolo, o gesto à pose, o olhar ao discurso. Fez do nome que escolheu — Francisco — um programa de vida. E nesse nome, couberam os pobres, os migrantes, os doentes, os esquecidos, os diferentes.
A sua liderança foi feita de escolhas discretas e de palavras firmes. Desafiou estruturas com doçura. Levou a Igreja a debater-se a si própria. Trouxe temas difíceis para o centro da mesa, sem ruído nem arrogância. Convidou-nos a escutar mais do que a julgar. A acolher mais do que a temer. A construir pontes onde havia muros — e a lembrar que nenhuma lei, nenhum dogma, vale mais do que a dignidade de uma pessoa.
A QUOR presta-lhe sentida homenagem. Francisco foi, para nós, um exemplo de coerência entre aquilo que se diz e aquilo que se faz. Um modelo de serviço humilde, de firmeza com delicadeza, de liderança sem palco. E também um lembrete de que o Direito, tal como a fé, só cumpre a sua missão quando está ao serviço da justiça, da empatia e da humanidade.
Deixa-nos um legado feito de pequenos gestos e grandes decisões. De silêncios cheios de sentido. De uma presença que não impunha, mas acolhia. O seu exemplo não se repete — inspira. E talvez seja essa a forma mais nobre de permanecer.
Obrigado, Francisco. Por tudo o que partilhou connosco. E por nos lembrar que servir é, verdadeiramente, um ato de amor.
Sebastião Morais
Em nome de toda a equipa da QUOR Advogados