Alto Minho pode viver as eleições autárquicas mais imprevisíveis de sempre

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As eleições autárquicas previstas para o próximo mês de outubro podem tornar-se as mais imprevisíveis de sempre no distrito de Viana do Castelo. Com a garantia de que haverá três novos presidentes de Câmara, o Alto Minho poderá mesmo ultrapassar em novidades outros anos eleitorais. Em 2009, quando foram eleitos José Maria Costa (Viana do Castelo), Victor Mendes (Ponte de Lima) e Jorge Mendes (Valença) pela primeira vez. Em 2013, foram eleitos João Manuel Esteves (Arcos de Valdevez), Miguel Alves (Caminha), Victor Paulo Pereira (Paredes de Coura), Augusto Domingues (Monção), Manoel Batista (Melgaço) e Fernando Nogueira (Cerveira). Em 2017, as novidades foram António Barbosa (Monção) e Augusto Marinho (Ponte da Barca).

Em 2021, será uma verdadeira surpresa se houver mais novidades do que em 2013, mas há a garantia de três novos autarcas (Viana do Castelo, Ponte de Lima e Valença). Apenas a turbulência em Ponte da Barca parece dar alguma consistência às esperanças da oposição, já que qualquer alteração nos outros seis municípios constituirá uma grande surpresa (mais parecida com o triunfo de Jorge Mendes contra José Luís Serra em Valença, em 2009, do que com a desforra de António Barbosa ante Augusto Domingues, em 2017, em Monção). João Manuel Esteves (Arcos de Valdevez), Miguel Alves (Caminha), Victor Paulo Pereira (Paredes de Coura), António Barbosa (Monção), Manoel Batista (Melgaço) e Fernando Nogueira (Cerveira) são claros favoritos à conquista do último mandato.

Pode não haver tantos novos presidentes de câmara como em 2013, mas está garantida agitação política pré-eleitoral como nunca se viu em Viana do Castelo, Ponte de Lima, Valença e Ponte da Barca, mas também alguns desafios interessantes como em Arcos de Valdevez, onde se espera que o ex-PSD Germano Amorim encabece a lista do PS.

Na capital do distrito, Luís Nobre (PS) ainda só conhece um adversário: Cláudia Marinho (CDU). À Direita, é garantido que haverá coligação, mas tarda o entendimento no seio do PSD e dos “laranjas” com o CDS. Nos últimos meses, os nomes vão circulando, mas ninguém esperava que o partido de Rui Rio guardasse para o fim o anúncio do seu candidato ao município onde passa férias. Será o próprio? Apostará em Daniel Campelo? Prefere Eduardo Teixeira? Sempre avançará Rui Teixeira? É melhor Antonio Martins? Ou Eduardo Viana? Ou Marques Franco?

A demora está a causar expectativas que podem prejudicar ou beneficiar o candidato? Aceitam-se todas as análises quer para os que defendem que será difícil desalojar os socialistas quer para os que acham uma lista sem José Maria Costa mais frágil, apesar de sempre diminuirem a o papel do actual presidente…

Em Ponte de Lima, o alvoroço à Direita ainda é maior, já que a Esquerda não sai da irrelevância. Do bastião do CDS já saltaram duas candidaturas em 2017 (Victor Mendes e Abel Baptista). Em 2021, já estão garantidas três (o repetente Abel Baptista, o inconformado Gaspar Martins e o candidato oficial do partido que ainda não foi anunciado). Aparentemente, depois de ter sido reduzido a zero há quatro anos, o PSD andou numa roda viva ou numa roleta russa e acabou por (ainda) não encontrar candidato. Mais uma vez, a hipótese António Martins (o mais reconhecido de todos) esfumou-se. Mecia Martins parece ter sido um sonho do verão passado e, por ironia do destino, resta ao único partido que resistiu ao crescimento imparável do CDS (sempre em contraciclo com o país) apoiar o… CDS!

Muitos apontam Vasco Ferraz como o candidato centrista, mas nada está confirmado, estando ainda em equação os nomes do vereador Paulo Sousa (líder distrital), João Mimoso Morais (presidente da Aassembleia Municipal) e Carlos Lima (presidente da Coopalima).

Para os mais conhecedores do território só um nome inquestionável como Daniel Campelo poderá mitigar as consequências das candidaturas de Abel Baptista e Gaspar Martins e a verdade é que nem o partido o excluiu nem o visado se pronunciou (sobre Ponte de Lima e … Viana do Castelo).

Em Valença, tudo indica que o PSD apostará em Manuel Lopes (confirmada a saída de José Monte do Executivo), mas terá um adversário forte e há muito esperado: José Manuel Carpinteira. O homem que só deixou a câmara de Vila Nova de Cerveira devido à limitação de mandatos e que se manteve na ribalta como um dos poucos deputados que dá atenção ao Alto Minho decidiu avançar para a Câmara do concelho onde reside.

Aceitam-se apostas para as primárias até ao último minuto, até porque ainda ninguém quando soará o apito final desta fase, e, claro, para o dia das eleições, quando todos terão de colocar a máscara e pegar na própria caneta para votar.