Povoado Fortificado de Cossourado é monumento nacional
O Povoado Fortificado de Cossourado, entre os concelhos de Vila Nova de Cerveira e Paredes de Coura, foi classificado como monumento nacional, após publicação de um decreto do Governo, considerando o interesse dos bens enquanto “testemunhos notáveis de vivências ou factos históricos”.
Este Povoado é partilhado pela freguesia de Sapardos, no concelho de Vila Nova de Cerveira, e pela União de Freguesias de Cossourado e Linhares, no concelho de Paredes de Coura.
Alvo de trabalhos e escavação arqueológica entre 1997 e 1998, e de uma primeira abordagem para classificação junto da Direção Regional da Cultura de Norte, entretanto arquivada por questões administrativas, o procedimento de classificação do Povoado Fortificado de Cossourado ou Forte da Cidade foi reaberto em 2013, após insistência de ambas as autarquias.
“A classificação agora alcançada dá por concluído um processo burocraticamente moroso e delicado, mas de uma importância inquestionável para a preservação de um espaço que atesta, a nível nacional e internacional, um período histórico de extrema singularidade arqueológica e científica para a compreensão do povoamento da Idade do Ferro em Portugal”, referiu a autarquia de Vila Nova de Cerveira.
“Este reconhecimento representa a salvaguarda de um espaço e período histórico, potenciando uma nova fase respeitante à sua valorização turística”, considerou o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira. Fernando Nogueira acredita que esta classificação de monumento nacional vai conferir “uma maior visibilidade e interesse, além de abrir portas a fundos comunitários para possíveis intervenções no local”.
O Fortificado de Cossourado encontra-se implantado num local com boa visibilidade e condições de defesa singulares, de três perímetros de muralhas de grandes dimensões. Ao longo de 10 hectares, compreende uma vasta área habitacional, composta por diversas habitações circulares e alongadas, de dimensões bastante elevadas e incomuns para construções dessa época, edificadas por sociedades de características agropastoris, mas também economicamente dependentes da exploração de recursos naturais. Este antigo Castro terá sido habitado por um curto período, entre os séculos V e II a.C., e provavelmente abandonado pouco antes da ocupação Romana do território.