Zonas de baixa densidade do Norte recebem mais 36 milhões de euros para “combater despovoamento”

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Os territórios de baixa densidade na região Norte vão ter um reforço de 36 milhões de euros em apoios comunitários que permitem “combater o despovoamento”, revelou o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

“A melhor maneira para atrair e fixar a população é criar atividades económicas que possam gerar emprego de qualidade. É a principal receita para termos pessoas no interior, evitando a sua saída e promovendo a atratividade [dos territórios]”, destacou o presidente da CCDR-N, António Cunha, à margem da sessão ‘Norte: Ativamos Territórios, Criamos Novos Destinos’, que decorreu no Boticas Parque. António Cunha realçou a particularidade deste reforço ser focado em “iniciativas de estratégias coletivas, que envolvem quer agentes do território, mas também agentes privados, no desenvolvimento de projetos interessantes para a região. O foco é na economia, podendo o investimento ser na área do turismo ou em outras atividades”.

António Cunha reforçou ainda que esta estratégia coletiva é orientada para territórios do interior, de baixa densidade, de forma a tirarem melhor partido dos “seus recursos naturais e endógenos”.

O reforço nos apoios comunitários no âmbito dos programas de valorização económica de recursos endógenos (PROVERE) da região Norte deve-se à “adesão e bons resultados” que estão a ser registados.

“Isso faz com que o total da estratégia PROVERE seja de 107 milhões de euros, sendo que também existem alguns [valores] adicionais a partir de programas para a agricultura, que permite ir ainda mais longe”, acrescentou.

Na região norte, são cinco os PROVERE: o programa “Minho Inovação” (envolvendo o Alto Minho, Cávado e Ave), o “Aquanatur” (no Alto Tâmega), o ‘Terras de Trás-os-Montes” (em Trás-os-Montes), o “Douro 2020” (no Douro) e o “Turismo Para Todos” (no Tâmega e Sousa).

Ao abrigo destes programas são financiados investimentos públicos (para a valorização de recursos territoriais, através de infraestruturas de apoio à visitação ou à experiência turística, ou para a reabilitação de património cultural e natural) e de projetos empresariais, designadamente ligados à oferta de hotelaria e restauração, empresas de animação turística e negócios relativos ao setor do agroalimentar, património e artesanato, explicou a CCDR-N na informação à imprensa.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, destacou que o PROVERE é um dos “programas com mais objetividade e concretização” e que “melhor tem tido aplicação no interior”.

E deu como exemplo o Boticas Parque, onde decorreu a iniciativa da CCDR-N, como um dos projetos beneficiados pelo programa. O Boticas Parque, que abrange a área dos antigos Viveiros Florestais da Relva, contemplou a construção de infraestruturas e equipamentos de apoio, no sentido de tornar possível a gestão direta de habitats, visitas ao espaço, a sensibilização e o envolvimento dos cidadãos.

“O Boticas Parque tem alavancado o concelho. Na totalidade da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega já foram criados 180 postos de trabalho com os investimentos feitos, quer público quer privado”, explicou.

“Sempre pedimos para que não nos façam um fato para que possamos caber nele. Estas são medidas concretas que vão de encontro às necessidades e realidades do território”, sustentou o autarca.