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O voo das "Águias" e o sumo das "Laranjas" encheram a Carapita de emoções
Um golo e duas bolas aos ferros resumem a vitória do Águias de Souto no derby frente ao Fornelos e Queijada que atraiu dezenas de adeptos ao Campo da Carapita, em Rebordões de Souto, Ponte de Lima.
Ricardo Barros
A contar para o campeonato da Inatel, este derby fez inveja aos jogos do futebol distrital pela emoção e apoio sentido às duas equipas que lutam pelos lugares cimeiros da tabela. Uma onda laranja pintou a Carapita para apoiar o Fornelos e Queijada que quer revalidar o título de campeão alcançado em 2019. Já o Águias sonha mais alto: quer voltar a voar e aterrar no campeonato distrital de futebol de Viana do Castelo.
Num jogo sempre emotivo entre as duas equipas, a atmosfera aqueceu e de que maneira com o apito inicial do árbitro da partida com os adeptos a fazerem-se ouvir em todo o campo, galvanizando os jogadores para aquilo que viria a ser um belo jogo de futebol. Após algumas aproximações perigosas por parte da equipa forasteira, os da casa conseguiram uma série de lances junto à grande área adversária, um dos quais resultou num pontapé de canto que viria mesmo a dar o primeiro e único golo para gáudio dos adeptos caseiros. E é precisamente nas bancadas que o regresso da competição tem sido recebido com muita alegria em todas as freguesias onde os jogos da Liga INATEL têm lugar.
Metaloviana mostra que não é de ferro e solidariza-se com a prevenção no cancro
Os trabalhadores da Metaloviana participaram numa caminhada solidária no âmbito das campanhas de consciencialização “Outubro rosa” e “Novembro azul” para a prevenção dos cancros de mama e próstata. A iniciativa partiu de algumas trabalhadoras e depressa contou com o apoio da administração da empresa que vai enviar um donativo para a Liga Portuguesa contra o Cancro.
Idalina Casal
O ponto de encontro para o início da caminhada foi nas instalações da antiga Cerâmica Rosas, em Alvarães, onde a Metaloviana tem a sua secção de alumínio. Cerca de 80 trabalhadores, essencialmente homens, associaram-se à iniciativa solidária e mostraram que “não são de ferro”, apesar deste ser um dos materiais que mais moldam na empresa metalúrgica. Esta foi a primeira vez que Metaloviana promoveu uma caminhada solidária no âmbito da prevenção do cancro e serviu também para trabalhar “as relações humanas” dentro da própria empresa, referiu uma das organizadoras, antes do início da caminhada com cerca de cinco quilómetros que percorreu lugares de Alvarães e alcançou a fronteira com o concelho de Esposende, em Forjães. “Durante o mês de outubro, os trabalhadores andaram sempre de laço rosa ao peito e em novembro têm o laço azul. Como somos poucas mulheres, quisemos fazer esta iniciativa e os homens tiveram uma atitude de louvar, mostram que não são de ferro, são muito sensíveis”, elogiou.
“A Metaloviana sempre foi uma empresa solidária e hoje nota-se que os trabalhadores mantém esse espírito. São pessoas com valor e fiquei satisfeito por ver a adesão a esta acção espontânea que partiu dos próprios trabalhadores”, enalteceu Valdemar Cunha, da administração da Metaloviana.
Num universo de cerca 150 trabalhadores, o cancro também já bateu à porta da Metaloviana. Vítor Ribeiro é o trabalhador mais antigo da Metaloviana e perdeu o irmão, que também foi trabalhador na empresa, para a doença. João Paulo Ribeiro era considerado o serralheiro com “mãos de prata” e um exemplo do apego e amor à empresa. Quando foi diagnosticado com cancro, a empresa tentou ajudá-lo como foi possível, tentando até um tratamento no estrangeiro e Vítor Ribeiro reconhece o esforço da sua entidade patronal para salvar o seu irmão. “Quando me falaram desta caminhada eu apoiei logo porque é uma iniciativa muito boa”, enalteceu o trabalhador que foi o responsável por organizar o primeiro magusto e primeiro jantar de Natal na empresa. “A Metaloviana mantém um espírito familiar que é importante preservar e manter”, sustentou.
Vítor Ribeiro também é serralheiro e chefia a secção de alumínios. Natural de Vila Fria, Vítor, 48 anos, começou, como o irmão, a trabalhar na Metaloviana ainda na fábrica em Lanheses, já lá vão 34 anos. Enquanto percorria os trilhos de Alvarães, este serralheiro contou que chegou a ir de bicicleta de Vila Fria até Lanheses para trabalhar. Não se recorda do seu primeiro trabalho, mas admite que foi a Metaloviana que o formou enquanto serralheiro, profissão que aprendeu a gostar. “Hoje é bom trabalhar na Metaloviana. Em 30 anos muita coisa mudou, ainda sou do tempo das 45 horas semanais, era quase de sol a sol, fazíamos sábados… hoje em dia, é diferente e é sempre tudo pago a horas. A política do senhor Morais [sócio fundador] foi sempre colocar primeiro os funcionários”, garantiu. Depois de mais de três décadas a moldar ferro e alumínio, Vítor Ribeiro destacou as obras que a Metaloviana fez em Lisboa no âmbito da Expo 98. “Para mim foi uma escola porque estava habituado a obras mais pequenas e de repente fomos fazer das maiores obras do país. Estive dois anos em Lisboa, a trabalhar no metro. Fizemos as estações da Alameda, as Olaias e Belavista”, recordou o serralheiro que também fez muitos dos candeeiros que decoram a vila de Ponte de Lima, os sinais da zona histórica de Viana e as estruturas das lojas do antigo centro comercial 1º de Maio.
A administração da empresa associou-se ao evento e fez a caminhada que se revestiu também de um carácter turístico e histórico. A primeira paragem da caminhada foi nos fornos das Telheiras, espaço recentemente requalificado pela Junta de Alvarães enquanto património histórico e identitário da freguesia. “Aqui fabricavam-se telhas antigas, por isso, se chama Telheiras a este local. Muito Alvarães ganhou à conta deste trabalho”, explicou uma das trabalhadoras que mora na freguesia. A segunda paragem da caminhada foi na Azenha da Almerinda, junto ao rio Neiva. Por aqui, Vítor Ribeiro tirou da mochila um chouriço caseiro feito pela sua mãe que fatiou e convidou os seus colegas a degustar com um trago de vinho do Porto.
Recuperação da Cerâmica Rosas e surpresa a Morais Vieira
A foto final da iniciativa foi feita ao lado da escultura “Radix” dos arquitectos Aires Mateus que a Metaloviana executou para representar Portugal na Bienal de Veneza, em 2012. A escultura foi adquirida pela empresa que a pretende colocar numa zona nobre da entrada da Cerâmica Rosas para evidenciar a vertente artística que a Metaloviana quer associar à sua indústria. Nestas antigas instalações da Cerâmica Rosas, que a Metaloviana está a recuperar, estão também guardadas algumas pelas escultóricas feitas em ferro do artista Zadok Ben-David que fez a escultura de homenagem aos trabalhadores exposta na entrada da empresa na zona industrial do Neiva.
Enquanto se fazia um compasso de espera pelo lanche, os trabalhadores puderam visitar antigas instalações da Cerâmica Rosas e ficar a conhecer um pouco do que representou esta indústria na região. Para já, decorrem trabalhos de limpeza e recuperação do material que possa ser reaproveitado para a requalificação da fábrica, nomeadamente, os tijolos que foram caindo das paredes. “A nosso principal objectivo neste momento é limpar estas instalações e recuperar este material que pode ser usado mais tarde. É mais difícil recuperar a Cerâmica Rosas com esta vertente de reaproveitamento do que deitar abaixo o prédio Coutinho”, atirou Valdemar Cunha, da administração da Metaloviana, durante a visita, junto à boca de uma das chaminés gigantes da antiga indústria. O futuro destas instalações ainda não está definido, mas parece certo que a Metaloviana tem grandes planos para lá. Outra das certezas é manter a identidade deste local, conciliando com a arte, modernidade e as ambições de negócio da empresa metalúrgica.
No final da caminhada, os trabalhadores quiseram fazer uma surpresa a Morais Vieira, sócio fundador da Metaloviana que está afastado da empresa por motivos de saúde. Por videochamada, os trabalhadores e os administradores da Metaloviana quiseram que Morais Vieira também fizesse parte daquele momento solidário e foi visível a emoção por falarem com o mentor da empresa por quem os trabalhadores nutrem respeito, confiança e reverência.
Derby do Alto Minho
O Vianense recebeu e venceu o Limianos (2-0) com dois golos obtidos na segunda parte do derby distrital do campeonato de Portugal que só o foi verdadeiramente a partir do primeiro golo do jogo, apontado de penálti por Fábio Sequeira e que motivou fortes protestos dos elementos do Limianos. Em cima do minuto noventa, uma obra de arte assinada por Diogo Pereira Gonçalves sentenciou a partida a favor da turma vianense, que impôs, assim, a primeira derrota ao seu adversário na competição.
Rally Serras de Fafe e Felgueiras já pensa no regresso em 2022
REPORTAGEM: RICARDO SOUSA
Com muita chuva e menos público, o Rally Serras de Fafe e Felgueiras voltou a acelerar pelas idílicas paisagens serra da Cabreira e Santa Quitéria. A competir para o campeonato europeu, Andreas Mikkelsen venceu a prova com grande autoridade e está cada vez mais próximo de se sagrar campeão. O vencedor da prova, que costuma realizar-se em março, admitiu que as condições “foram muito traiçoeiras”, mas a sua equipa conseguiu “evitar problemas” e atingir o objectivo.
No primeiro dia do Rally, os pilotos tiveram pouco público na torcida na classificativa da Senhora da Fé/Anjos. A chuva, nevoeiro e lama complicaram a vida aos pilotos e desmobilizaram os aficionados desta zona alta de Vieira do Minho. No segundo dia, o sol já brilhou e na especial de Lameirinha, em Fafe, o público lá foi aparecendo, mas muito longe das milhares de pessoas que se aglomeram para ver a perícia dos pilotos no emblemático “salto da pedra sentada”.
Na hora de fazer o balanço do Rally Serras de Fafe e Felgueiras, que pela primeira vez integrou o calendário do Campeonato da Europa (FIA ERC), Carlos Cruz, presidente do Demoporto – Clube de Desportos Motorizados do Porto, organizador da prova, revelou-se satisfeito. “De um modo geral, o nosso objetivo foi cumprido. É evidente que há sempre um ou outro detalhe a aperfeiçoar, em termos de futuro, sobretudo a nível de itinerário, mas estamos satisfeitos pela forma como o rali decorreu. Claro que preferíamos que não tivesse chovido na segunda metade da primeira etapa, mas quanto a isso nada podemos fazer. De qualquer modo, e por aquilo que constatei, tanto equipas como pilotos ficaram agradados com a prova que lhe foi proporcionada. Esperamos, na edição de 2022, que o Rally Serras de Fafe e Felgueiras volte à sua data de sempre, que é no mês de março, o que poderá significar, e oxalá se confirme, o adeus da pandemia”, afirmou. Ainda em relação a 2022, se é um dado adquirido que o Rally Serras de Fafe e Felgueiras vai sofrer alterações, Carlos Cruz não quis antecipar detalhes. “Ainda não tenho nada definido em concreto, mas uma das hipóteses é apresentar as mesmas classificativas de outra maneira, com novas variantes. É justo e imperioso agradecer o esforço de todas as edilidades envolvidas no rali, Fafe, Felgueiras e Vieira do Minho, endereçando ainda os parabéns aquela cuja classificativa, embora não sendo nova, foi elogiada por todos: Boticas”, reconheceu.
Ni Amorim, o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, também fez um “balanço muito positivo” deste Rally Serras de Fafe e Felgueiras. “O primeiro dia foi muito difícil para todos, organização, pilotos e público, devido às condições meteorológicas bastante adversas, mas correu tudo muito bem. Acima mesmo das expectativas atendendo às circunstâncias. E a luta pela vitória tanto no ERC como no CPR não podia ter sido mais renhida particamente até ao final”, afirmou.
Ni Amorim realçou ainda o facto de a classificação ter registado “oito pilotos de nacionalidades diferentes nos dez primeiros lugares”. “Isso também é bom para o turismo português, pelo impacto que tem no exterior” e é igualmente importante para o automobilismo português, sustentou. “Este Rally é uma prova referência, com troços emblemáticos. E agora Portugal com duas provas no ERC é algo inédito na Europa e motivo para nos orgulharmos”, reiterou.